Notório crítico do Bitcoin, o CEO do banco JP Morgan, Jamie Dimon, voltou à carga novamente contra o ativo. Durante participação em uma sessão do Comitê de Serviços Financeiros do Congresso dos Estados Unidos na quarta-feira (21), o banqueiro classificou o BTC como “pirâmide descentralizada” e listou crimes que são cometidos com o ativo.
“Eu sou um notório crítico dos cripto tokens, que vocês chamam de moeda, como o Bitcoin. Eles são pirâmides financeiras descentralizadas e a noção de que sejam bom para alguém é inacreditável”, atacou.
“Então nós sentamos nessa sala e falamos sobre coisas como uma perda de US$ 2 bilhões. Todo ano US$ 30 bilhões em ransomware, lavagem de dinheiro, tráfico sexual, roubo. É perigoso”, disse Dimon.
Veja abaixo (em inglês) a fala do banqueiro:
Jamie Dimon: crypto tokens are “decentralized Ponzi schemes” https://t.co/0wZZbVO4Vy pic.twitter.com/l7KDUJdeze
— Bloomberg (@business) September 21, 2022
A congressista Maxine Waters, presidente do Conselho no qual Dimon fez sua mais recente crítica ao Bitcoin, está desenvolvendo um projeto de lei para regular as stabelcoins.
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O CEO do JP Morgan argumentou que stablecoins podem não ser tão problemáticas quanto as demais criptomoedas, caso sejam devidamente reguladas.
Dimon e o Bitcoin
A cruzada de Jamie DImon contra o Bitcoin é antiga. Em setembro de 2017 o executivo disse que o Bitcoin era uma fraude “pior do que a mania das tulipas“, refeindo-se a mais famosa pirâmide do mundo.
O executivo se refere ao episódio histórico quando as flores tulipas passaram a ter cada vez mais valor nos Países Baixos no começo do século XVII. A população começou a colocar muito dinheiro em investimentos relacionados às tulipas, mas a bolha eventualmente estourou e muita gente perdeu todo seu dinheiro. Tornou-se o caso clássico de bolha financeira e sinônimo do evento.
Em janeiro de 2018, o executivo chegou a dizer ter tido “arrependimentos” de sua observação do ano passado, quando o banqueiro de Wall Street chamou o bitcoin de uma “fraude”.
Mais recentemente, em abril desse ano, Dimon elogiou a tecnologia blockchain e as Finanças Descentralizadas (ou DeFi, na abreviatura em inglês) em carta enviada aos shareholders.
“Finanças Descentralizadas e blockchain são tecnologias reais e novas que podem ser implementadas tanto de forma pública como privada, apermissionada ou não”, disse Dimon, antes de acrescentar que o JPMorgan está “em primeiro plano” nessas inovações.