Moedas de Bitcoin sobre mesa espelhada
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Prestes a lançar um novo livro sobre Inteligência Artificial, o filósofo Yuval Noah Harari, autor de “Sapiens” e “Homo Deus”, participou de uma conferência do Banco de Compensações Internacionais (BIS) em que, além de IA, também comentou sobre outras evoluções tecnológicas e financeiras, como o Bitcoin (BTC).

“Eu penso nos dispositivos financeiros como uma espécie de arte. A primeira pessoa que teve a ideia de um bond ou de uma moeda ou do Bitcoin. Isso é uma espécie de arte, é muito criativo, muito imaginativo. Então, acho que veremos a criatividade da IA também neste campo criando novos tipos de dispositivos financeiros que nenhum ser humano jamais imaginaria criar”, disse Harari, em tom de alerta.

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Apesar dessa visão, o filósofo mostrou desconfiar se realmente o Bitcoin seria o futuro do dinheiro como algumas pessoas defendem. Ele explica que o BTC foi criado a partir da desconfiança sobre o sistema tradicional e que isso, historicamente, não é bom.

“Quando eu olho para o Bitcoin, como um historiador, eu não gosto porque este é um dinheiro construído sobre a desconfiança. A ideia central do Bitcoin é basicamente de ouro eletrônico, de que não confiamos nos bancos, nos governos, então não queremos dar a eles a capacidade de criar tanto dinheiro quanto quiserem”, disse o filósofo.

“Por isso criamos esse Bitcoin. É uma moeda de desconfiança. Penso que o futuro pertence ao dinheiro eletrônico. Mas o que vimos nos últimos séculos é que, na verdade, é uma boa ideia dar aos bancos e governos a capacidade de criar cada vez mais dinheiro para construir mais confiança na sociedade”, complementou ele.

Por fim, Harari afirma que não sabe como será o dinheiro daqui 20 ou 30 anos, mas que espera que “seja uma moeda de maior confiança e não uma moeda de desconfiança”.

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Em sua fala, Harari focou principalmente em IA, tema de seu novo livro, e sua ligação com o mercado financeiro e economia. “A IA é uma forma alienígena de inteligência que está apenas no início de sua evolução. Ela não raciocina da maneira como os humanos fazem e pode facilmente criar dispositivos financeiros que estão além da imaginação humana, deslocando o poder dos políticos e reguladores para algoritmos”, afirmou.

O livro “Nexus: Uma breve história das redes de informação, da Idade da Pedra à inteligência artificial” está previsto para ser lançado mundialmente em 10 de setembro desde ano, e o Brasil contará com lançamento em português simultâneo pela Companhia das Letras.

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