Bitcoin Banco deve R$ 600 milhões a mais de seis mil clientes; presidente é o maior credor

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Foto: Shutterstock

Dentro do pedido de recuperação judicial, o Bitcoin Banco colocou uma uma lista com as informações de mais de seis mil clientes, com valores, CPFs e endereços. A soma da dívida, caso a lista esteja correta, é de R$ 617 milhões.

O que é estranho é que o atual presidente da empresa, Johnny Pablo dos Santos, possui sozinho R$ 92 milhões em dívidas com a empresa que ele mesmo controla. A própria NegocieCoins Express tem R$ 17 milhões. O nome de Claudio Oliveira não consta na lista.

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Outro nome conhecido da empresa, Brunno Ramos, que atuou como uma das lideranças, tem R$ 5 mil.

O criador da Anubis Trade, Matheus Grijó, tem R$ 2,8 milhões. Grijó foi um dos maiores defensores do Bitcoin Banco. Nos grupos de Facebook, ele derramava elogios para Claudio Oliveira. Em setembro, ele traiu seus clientes ao entregar a custódia dos bitcoins de sua empresa para Atlas Quantum mesmo sabendo que ela estava com os saques travados.

A lista mostra também que há 108 credores com valores acima de R$ 1 milhão e 675 com mais de R$ 100 mil.

Um investidor consultado pelo Portal do Bitcoin estranhou estar fora da lista, uma vez que tem valores lá dentro. Pelos grupos de Telegram, diversas pessoas reclamaram sobre a imprecisão dos valores, o que sugere que a lista tem arbitrariedades.

Há também dívidas trabalhistas na lista. Micmas Carvalho, representante da empresa em São Paulo, tem R$ 10 mil a receber. O escritório do ex-delegado da Polícia Federal Jorge Luis Fayad Nazário, até pouco tempo atrás um dos maiores defensores da empresa, aparece com R$ 115 mil para receber.

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Bitcoin Banco e recuperação judicial

Atualmente, o Bitcoin Banco e as demais empresas ligadas a Claudio Oliveira tem centenas de processos nas costas e não tem recursos para fazer o pagamento. Na segunda-feira (04), o GBB entrou na Justiça com um pedido de recuperação judicial.

A petição foi registrada no Tribunal de Justiça do Paraná às 16h59 de segunda-feira (04) pelo advogado Edson Insfer.