Biden expulsa mineradora cripto chinesa de área próxima a base militar: “Risco de espionagem”

O governo afirma que a MineOne possui equipamentos especializados de origem estrangeira potencialmente capazes de facilitar atividades de vigilância e espionagem
Joe Biden posa para foto

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (Foto: Shutterstock)

O presidente dos EUA, Joe Biden, emitiu na segunda-feira (13) uma ordem administrativa contra a empresa de mineração de criptomoedas MineOne Cloud Computing Investment para que venda seu terreno e encerre operações no prazo de 120 dias.

Segundo o governo, a mineradora com sede nas Ilhas Virgens Britânicas oferece “risco à segurança nacional” por estar próxima a uma base militar de mísseis nucleares e ser majoritariamente dirigida por chineses.

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“Há evidências confiáveis ​​que me levam a acreditar que MineOne, através da aquisição de determinados imóveis que está localizado a 1,6 km da Base Aérea Francis E. Warren (“Warren AFB”) podem tomar medidas que ameacem prejudicar a segurança nacional dos Estados Unidos”, diz um trecho do documento assinado por Joe Biden.

“A presença de equipamento especializado e de origem estrangeira potencialmente capaz de facilitar atividades de vigilância e espionagem, representa um risco para a segurança nacional”, acrescenta.

Fora isso, a compra do terreno pela MineOne não foi informada ao Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS), que, segundo a CNBC, desde de 2018 tem autoridade para analisar transações imobiliárias perto de instalações sensíveis dos EUA, incluindo a Base Aérea Francis E Warren.

A medida da administração Joe Biden surge no contexto de uma repressão mais ampla às empresas chinesas nos EUA antes das próximas eleições presidenciais e no meio de tensões entre as duas maiores economias do mundo, comentou o site.

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Empresa de mineração acendeu alerta de segurança nacional

No ano passado, um data center da Microsoft que faz serviços para o Pentágono, denunciou que uma mineradora cripto chinesa, possivelmente se referindo a MineOne, operava a um quilômetro e meio de uma base militar dos EUA.

Mesmo com a Microsoft afirmando que não havia indicação direta de atividades maliciosas por parte desta da mineradora, o episódio acendeu um alerta nacional e mobilizou a Casa Branca nas investigações.

“Enquanto se aguarda mais descobertas, sugerimos a possibilidade de que o poder computacional de uma operação de mineração de criptomoedas de nível industrial, juntamente com a presença de um número não identificado de cidadãos chineses nas proximidades diretas do Data Center da Microsoft e de uma das três bases de mísseis estratégicos em os EUA, fornece vetores de ameaça significativos”, disse a empresa fundada por Bill Gates.

Na época, membros do governo disseram ao The New York Times que foram tomadas medidas para mitigar uma potencial coleta de informações, mas não deram maiores detalhes.