“Will of the People”, o nono álbum de estúdio da icônica banda de rock Muse, será lançado no dia 26 de agosto na forma de um token não fungível (ou NFT, na sigla em inglês) e será o primeiro lançamento no formato a entrar para as paradas do Reino Unido e da Austrália.
Formado em 2014, o Muse ganhou um NME Award por Melhor Banda Britânica em 2007, 2010 e 2011, o MTV Europe Music Award por Melhor Performance no World Stage em 2019, um Grammy por Melhor Álbum de Rock em 2011 e 2016, dentre outros grandes feitos.
Em 2020, o Muse também trabalhou com o projeto NFT CryptoKitties, do Dapper Labs, para criar colecionáveis digitais.
“Will of the People” será lançado via Serenade, a plataforma “sustentável” que ajuda artistas a capitalizarem com a febre dos NFTs.
“O Muse sempre teve um grande apetite pela inovação e ultrapassar os limites de como apresentam sua música aos fãs, então usar essa tecnologia para elevar a experiência do novo álbum deles fez muito sentido”, explicou o CEO da Serenade, Max Shand, ao Decrypt.
De acordo com o site da Serenade, a plataforma utiliza a solução de segunda camada Polygon para emitir os NFTs — a empresa chamou o mecanismo proof of stake (ou PoS) “bem mais eficiente” do que o atual algoritmo de consenso proof of work (ou PoW) do Ethereum.
“Todos os NFTs no Serenade são emitidos na [chain] Polygon, porque valorizamos sua acessibilidade e seu respeito pelo meio ambiente”, contou Shand ao Decrypt. “Na Serenade, arcamos com as taxas de gas em nome de todos os usuários — artistas e fãs — porque queremos replicar a experiência constante com as quais os usuários atuais estão acostumados e a Polygon nos permite fazer isso em grande escala.”
Um dos principais recursos da Serenade é que a plataforma não exige que usuários criem uma carteira cripto antes de adquirirem NFTs e as pessoas podem usar cartões de débito e crédito para adquirir NFTs no site. Usuários também podem usar suas carteiras existentes de Bitcoin ou Ethereum ligadas à Coinbase.
Conforme explicado por Shand, quando um fã se cadastra na Serenade, a plataforma automaticamente cria uma carteira digital em seu nome usando Web3Auth, uma solução de autenticação para infraestrutura Web3.
“O fã tem a opção de armazenar seu NFT em sua coleção ou transferi-lo para uma carteira externa de sua escolha”, explicou o CEO da Serenade ao Decrypt.
O primeiro NFT a entrar para as paradas
Em abril deste ano, a Official Charts Company (ou OCC), lar das paradas oficiais dos 40 melhores músicas do Reino Unido, autorizou que álbuns NFT entrassem para as paradas quando a banda de indie rock The Amazons lançou um box digital NFTs, limitado a 100 cópias.
Porém, era um lançamento “que possui conteúdo NFT” na forma de fotos animadas anteriormente não lançadas e tiradas em um momento fundamental no passado da banda em vez de ser um lançamento isolado.
O futuro lançamento NFT do Muse está limitado a 1 mil cópias globais e terá tanto um formato NFT como um de edição limitada, de acordo com o jornal britânico The Guardian.
£ 20 (ou US$ 24,50) farão com que fãs tenham uma versão disponível para download do álbum, como arquivos .FLAC em alta definição contendo assinaturas digitais dos membros do Muse. Além disso, cada um dos mil compradores terão seus nomes permanentemente listados no rol de adquirentes.
This future is ours #willofthepeople
— muse (@muse) June 15, 2022
Pre-save the new album ‘Will Of The People’ here: https://t.co/guN67s0TzY pic.twitter.com/HuNuaGP54Z
Segundo Martin Talbot, diretor executivo da OCC, o lançamento do Muse não forçou uma atualização das regras de elegibilidade às paradas da OCC conforme se torna o primeiro álbum NFT que atende aos critérios de adesão conforme a Serenade é aprovada como uma varejista digital.
“Existe muito debate sobre NFTs serem o futuro da música, o futuro do entretenimento, o futuro da propriedade”, disse Talbot ao The Guardian.
E parece ser apenas o início de uma jornada empolgante.
“Após o lançamento do Muse em 26 de agosto, iremos trabalhar com inúmeros artistas emergentes e icônicos para usar o formato digital e lançar álbuns, EPs e singles aos fãs, com foco na música”, disse Shand ao Decrypt, acrescentando que Serenade também analisará “os prazeres de disponibilizar materiais bônus e ter [o nome dos fãs] gravado na história de um disco por toda a eternidade.”
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.
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