Imagem da matéria: Bancos x Corretoras de Criptomoedas? Fork the banks!
(Foto: Shutterstock)

*Este texto foi escrito por Rocelo Lopes, especialista em blockchain e CEO da Stratum, plataforma de criptomoedas

A recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que permite que os bancos encerrem as contas das corretoras de criptomoedas sem qualquer justificativa, foi motivo de preocupação no mercado e entre investidores de criptos. Foi a primeira vez que o STJ se debruçou sobre o tema e, segundo os ministros, as instituições financeiras estão apenas cumprindo regras definidas pela regulação bancária brasileira.

Publicidade

Antes de mais nada é importante ressaltar que essa é uma decisão específica, para um processo específico, de uma determinada corretora. Em um primeiro momento, isso não vai interferir no funcionamento das demais corretoras. Nós da Stratum, por exemplo, temos contas abertas em diversos bancos, alguns com liminar da Justiça.

Mas vamos a minha visão dos fatos no que diz respeito a essa “rixa” entre bancos e corretoras. Em primeiro lugar, ao transacionar com clientes dentro de uma mesma instituição bancária eu me asseguro que o banco conhece e sabe a origem do dinheiro do meu cliente, pois também é cliente dele. Assim, evita-se a lavagem de dinheiro.

Outro ponto levantado pela instituições é a prática do KYC. Pois bem, não temos conhecimento e nem ferramentas para validar clientes, armazenar documentos sensíveis ou notificar os órgãos competentes quando necessário. Ninguém melhor que os bancos para fazer isso, eles é que têm experiência quando o assunto é dinheiro e validação de pessoas físicas e jurídicas.

Dado a economia que vivemos hoje, é impossível ter uma empresa e empregar pessoas sem ter uma conta bancária, virou uma necessidade obrigatória. Porém, ao que se percebe, existe um movimento por parte dos grandes bancos em achar que somos concorrentes e que trazemos riscos a eles, o que não é verdade.

Acredito que estamos ajudando essas instituições a evoluírem, além de criarmos mais demandas. Imaginem se uma companhia elétrica privada não fornecesse energia elétrica a uma empresa que fabrica placas de energia solar, com a desculpa de que é muito perigoso e que pode pegar fogo na rede elétrica ou na casa? Esse é um exemplo que define bem a atual situação.

Publicidade

No entanto, independente de qualquer argumento, o fato é até que seja definida uma regulamentação essa queda de braço continuará. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já entrou na briga e analisa se ao encerrar as contas os bancos violam a concorrência no mercado.

E no que diz respeito à estabilidade das corretoras, somente sobreviverão aquelas que tiverem embasamento jurídico e tecnológico para criar alternativas para seu funcionamento. Nós já saímos na frente.

VOCÊ PODE GOSTAR
Símbolo do Bitcoin fisgado em um anzol

Polícia indicia golpista que perdeu R$ 400 mil de vítimas com “criptomoedas que faliram”

Homem arrecadava grandes somas de clientes com a promessa de retornos de até 8% ao mês; “foge dos parâmetros”, afirma delegado
Ministro Fernando Haddad éfotografado em discurso em SP

Site falso que inventou entrevista com Haddad sobre criptomoedas é desmascarado

O site falso que simula o Globo.com pede dados de cartão de crédito e depósito em dinheiro, além de citar o “Banco Nacional do Brasil”, que não existe
Gabriel Galípolo - diretor do banco central

Senado aprova Galípolo para assumir presidência do Banco Central em 2025

Até o fim do ano, haverá um processo de transição de comando na instituição entre Gabriel Galípolo e o atual presidente Roberto Campos Neto
Imagem da matéria: “Melhor forma de regular tokenização é caminhar junto com mercado”, diz diretor da CVM

“Melhor forma de regular tokenização é caminhar junto com mercado”, diz diretor da CVM

Daniel Maeda destaca o vasto potencial da tokenização e as inúmeras oportunidades para preencher lacunas no mercado