A fintech inglesa Revolut, que é uma mistura de banco digital, exchange e empresa de pagamentos, anunciou na quinta-feira (29) que seus clientes vão poder sacar bitcoin e enviar a criptomoeda para outras carteiras. Até então, a função saque só era possível em moeda fiduciária, após a conversão do criptoativo.
A novidade, que ficará disponível na quinta-feira (6), seria divulgada somente na próxima semana, mas a empresa publicou por engano em seu blog um post sobre a mundaça, que apesar de ter sido apagado rapidamente, foi visto pelo site londrino AltFi, que cobre o setor de fintechs.
“Em um post em seu blog às 10h desta manhã, que foi rapidamente excluído, mas não antes que a AltFi o visse, a Revolut anunciou que os clientes do Metal (cartão) terão acesso beta para transferir suas participações em bitcoin para fora da Revolut”, disse o site.
De acordo com o AltFi, no texto deletado a fintech disse que no período de teste da nova funcionalidade apenas três endereços externos de wallets poderão ser adicionados. Além disso, os saques serão limitados a 1.000 euros por mês ou 500 euros por dia.
Também será preciso utilizar autenticação de dois fatores para incluir endereços na plataforma.
Ainda segundo o site, a Revolut também disse que em breve vai disponibilizar para clientes outras criptomoedas: “Estamos começando com bitcoin, mas adicionaremos mais tokens e atualizações em um futuro próximo”.
Suporte ao bitcoin e criptomoedas
A Revolut, que é uma instituição financeira regulada no Reino Unido, já suporta o bitcoin deste 2017. Ao longo dos tempos, foi adicionando outras criptomoedas como ethereum, litecoin e XRP em sua plataforma.
No início do mês, a empresa anunciou a listagem de 11 novos ativos, dentre eles Cardano (ADA), Uniswap e Yearn Finance. Seu portfólio conta agora com um total de 21 tokens para sua base de clientes de 10 milhões de usuários.
Recentemente, a empresa também está focada nos pedidos de licença já feitos para operar na Austrália e também em 49 estados dos EUA.
Sobre as transações com bitcoin, que agora podem ser feitas para qualquer lugar do planeta, o Financial Times (FT) questionou a empresa sobre como ela vai lidar com prováveis tentativas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
A empresa respondeu que todo endereço externo que o cliente vier a relacionar em sua conta digital será verificado por uma empresa de análise de blockchain parceira. Segundo a publicação, existe uma ferramenta que verifica endereços vinculados a práticas ilícitas e exibe uma pontuação de risco.
Caso se trate de um endereço de carteira novo, ou seja, ainda sem qualquer movimentação, logo, digitalmente sem ligação com endereços vinculados a fraudes, quando questionada a empresa, ela disse que adaptou suas próprias regras antilavagem para transações criptomoedas. “Se esses procedimentos revelarem qualquer violação às regras, a Revolut vai seguir um procedimento de crime financeiro”, concluiu a empresa.