Enquanto as sardinhas se desesperavam ao ver o bitcoin caindo abaixo dos US$ 40 mil no início da semana, as baleias foram às corretoras comprar a queda da criptomoeda líder do mercado.
Os gráficos da empresa de dados blockchain CryptoQuant mostram que um total de 29.371 BTC deixaram as exchanges de criptomoedas na terça-feira (11), a maior saída de BTC registrada desde o dia 10 de setembro de 2021.
O montante de ativos saindo das corretoras foi equivalente a cerca de US$ 1,2 bilhão, levando em conta que o preço do bitcoin variou entre US$ 41 mil e US$ 42 mil no dia que o marco foi batido.
A estimativa do CryptoQuant leva em conta a diferença entre moedas entrando e saindo das corretoras (entrada – saída = fluxo líquido). Quando essa métrica sobe, significa que há um aumento da pressão de venda, com mais criptomoedas voltando para as plataformas de negociação.
Quando o contrário acontece e o fluxo líquido fica no negativo, significa que essas moedas estão sendo compradas e retiradas das corretoras para a custódia pessoal dos investidores.
Curiosamente, após essa massiva retirada de ativos das exchanges — e com o empurrãozinho do Federal Reserve que animou o mercado financeiro ao descartar o aumento de juros já para março—, o preço do bitcoin começou a subir.
Nesta quarta (12), a criptomoeda engata uma valorização de 5,8% nas últimas 24 horas, valendo cerca de US$ 43.800, segundo o CoinMarketCap. Já o Índice do Portal do Bitcoin mostra que nas corretoras brasileiras, o BTC é negociado por volta de R$ 246 mil, sua melhor cotação em quase uma semana.
Dinheiro inteligente volta a acumular bitcoin
Nesta semana começou a ser reduzida a pressão de venda de bitcoin que se intensificava desde o final do ano passado, à medida que força compradora parece voltar ao mercado cripto, de acordo com o analista on-chain Maartunn.
A análise do trader publicada no CryptoQuant leva em conta dados do Coinbase Premium Index, que rastreia a movimentação de bitcoin na maior corretora dos EUA.
Uma força de venda vinda da Coinbase estava se tornando cada vez maior desde o dia 24 de dezembro. Essa pressão de venda, entretanto, foi neutralizada no dia 6 de janeiro e na última sexta-feira (7), começou a ganhar corpo uma maior pressão de compra na exchange em questão.
“Notável é que isso foi em torno da menor consolidação [do bitcoin], em torno de US$ 41 mil”, apontou o analista.
Já o analista yourdefiguide, também em publicação no CryptoQuant, projeta que o “dinheiro inteligente” pode começar a acumular mais bitcoin em breve, uma vez que a atual fase de liquidação e acumulação da criptomoeda mostra muitas semelhanças com a que aconteceu de maio a julho de 2021, conforme mostra o gráfico abaixo.
“Pode ser inteligente começar a acumular BTC quando a relação comprador-venda estiver acima de 1 e próxima de 1,02”, sugeriu o trader.