Auditora dá início a processo de falência da QuadrigaCX e Justiça prorroga proteção

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Gerald Cotten, o fundador da QuadrigaCX (Foto: Facebook/QuadrigaCX)

O juiz da Suprema Corte da Nova Escócia, Michael Wood, prorrogou a proteção judicial da exchange de criptomoedas canadense QuadrigaCX, solicitada no início do ano. De acordo com a CBC, a empresa não poderá receber nenhum processo até o dia 28 de junho. A decisão foi tomada na quinta-feira (18).

O pedido de proteção inicial de 30 dias tinha sido acatado pelo mesmo juiz no início de fevereiro deste ano.

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Com a decisão, tanto as autoridades como os executivos da empresa teriam mais tempo para tentar recuperar fundos perdidos após a morte de Gerald Cotten. Conforme o processo, ele era o único responsável pelas chaves privadas de acesso às carteiras.

A data estipulada pelo Tribunal também será a mesma para qualificar a exchange na lista de empresas insolventes, de acordo com a lei de falências do Canadá.

Segundo o site, o processos de falência já está em andamento com a empresa de auditoria Ernst & Young, que também está responsável pelos fundos remanescentes da QuadrigaCX.

O fundos que estão em posse da Auditora são: 51 bitcoins (cerca de R$ 1 milhão), 951 ethereum (R$ 650 mil), 33 bitcoin cash (R$ 40 mil), 2.000 bitcoin gold (R$ 130 mil) e 822 litecoins (R$ 270 mil). As transferências foram realizadas no dia 14 de fevereiro.

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A Ernst & Young não divulgou como estão os andamentos no processo de recuperação dos fundos, perdidos após a morte do fundador.

O fato acarretou prejuízos a cerca de 115.000 clientes da exchange cujos fundos somavam na ocasião US$ 250 milhões (cerca de R$ 700 milhões) — a empresa encerrou abruptamente as operações em 28 de janeiro.

Entenda o caso QuadrigaCX

A morte de Gerald Cotten foi anunciada de forma tardia quando sua esposa, Jennifer Robertson, entrou com pedido de proteção ao credor na Suprema Corte da província de Nova Escócia, no Canadá, no dia 31 de janeiro.

O pedido foi acatado no dia 05 de fevereiro e a empresa não poderia receber nenhum processo durante 30 dia após aquela data.

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Robertson alegou que somente o marido detinha as chaves privadas das contas da exchange. Ela apresentou uma declaração de morte de uma empresa de funeral — um hospital particular de Jaipur, na Índia, também confirmou o óbito.

A exchange ficou inacessível uma semana após a notícia da morte de Cotten, fundador da empresa com 363.000 usuários registrados.

Testamento dias antes de morrer

Cotten apresentou um testamento 12 dias antes de morrer. Nele, Robertson foi registrada como a única beneficiária e executora de todo o espólio do falecido — eles não tiveram filhos.

Segundo documentos judiciais, a viúva herdou uma grande quantia (não divulgada) de ativos e de dinheiro que mantinha nos bancos Bank of Montreal e no Canadian Tire, carro de luxo de quase meio milhão de reais, iate e até mesmo um avião. É o que mostra o testamento de 27 de novembro de 2018.

Cotten, cuja morte, segundo Robertson, foi repentina, levou consigo o acesso a US$ 180 milhões em Bitcoin, Ethereum, Bitcoin Cash, Litcoin e US$ 70 milhões em fiat, caso as chaves privadas não reapareçam.

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O montante totalizou, então, 250 milhões de dólares canadense (cerca de R$ 700 milhões) pertencentes a 115 mil usuários.

Laptop criptografado

No laptop, os endereços de email e o sistema de mensagens que ele usava para administrar a empresa eram todos criptografados.

Nele estavam as chaves privadas e senhas de acesso a tudo que era relacionado às finanças da QuadrigaCX — contas bancárias, fundos de criptomoedas online e offline.

Robertson, que ficou de posse do computador, disse que não conseguiu o acesso ao dispositivo justamente por estar criptografado. Ela não possuía nenhuma chave privada.

Segundo a viúva, o laptop era o único dispositivo que Cotten usava para conduzir tudo a respeito da exchange.

“O computador laptop do qual ‘Gerry’ conduziu os negócios é criptografado e eu não sei a senha ou a chave de recuperação. Apesar de vários esforços em buscas, não consegui encontrá-las em nenhum lugar”, diz o documento assinado pela viúva.


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