Até onde o bitcoin pode chegar em 2021 se repetir o padrão da alta de 2017?

Algumas estimativas colocam o bitcoin acima de R$ 1 milhão até outubro
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Foto: Shutterstock

O bitcoin pode chegar a cerca de US$ 260 mil (R$ 1,4 milhão) em outubro deste ano se repetir o mesmo movimento de alta visto no bull run de 2017. A estimativa é do site Hookpoint, que compara o sobe e desde do BTC durante os ciclos do halving — evento que corta pela metade a emissão de bitcoin e que ocorre, em média, a cada quatro anos.

Para chegar a essa previsão, o Hookpoint — desenvolvido por entusiasta do BTC chamado M.K. Safi — comparou os percentuais diários de cada ciclo. Relembrando as datas: o primeiro ciclo de halving começou no dia 28 de novembro de 2012; o segundo em 9 de julho de 2016; e o terceiro em 11 de maio de 2020.

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A reportagem do Portal do Bitcoin levou em consideração a comparação entre os dois últimos eventos.

Halving de 2016 versus halving de 2020

Cada ciclo dura em média quatro anos — ou seja, 1.460 dias.

Em 9 de julho de 2016 — primeiro dia do segundo ciclo de halving – o bitcoin era negociado a US$ 651. No 294º dia desse mesmo ciclo, a moeda bateu os US$ 1.320 — uma variação de 102,22% em relação ao preço registrado no dia 1.

Em 11 de maio de 2020 — início do terceiro halving – o BTC valia US$ 8.857. Ontem, domingo (28), no 294º dia desse ciclo atual, o bitcoin chegou a US$ 45.256, uma alta de 410% em relação ao primeiro dia.

Tomando como base a lógica acima, no 532º dia do segundo ciclo de halving, que foi em 17 de dezembro de 2017, o BTC chegou ao topo e bateu os US$ 19.087 — variação de 2.831% em relação ao dia 1.

Já no 532º dia do terceiro ciclo de halving, que será em 19 de outubro de 2021, a estimativa é que a criptomoeda alcance os US$ 260 mil (R$ 1,4 milhão), segundo o Hookpoint. É uma alta de 2.835% na comparação com o primeiro dia desse ciclo.

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Previsão fora da realidade?

José Artur Ribeiro, CEO da corretora Coinext, disse que essa comparação faz sentido na medida em que o preço do BTC no halving subsequente sempre foi bem superior ao do halving anterior, o que é explicado pela redução da oferta e o aumento da demanda por BTC ao longo dos anos.

No primeiro ciclo, a produção de novos bitcoins caiu de 7.200 para 3.600 bitcoins por dia; no segundo, caiu para 1.800; no terceiro ciclo, a quantidade passou a ser de 900 BTCs diários.

No entanto, disse Ribeiro, ainda é cedo para afirmar que o preço chegará a US$ 260 mil neste ano e é perigoso usar a correlação histórica para prever o exato preço futuro por duas razões:

“Primeiro porque ainda existem concentrações de BTC na mão de poucos investidores (baleias), o que interfere na movimentação de preço do mercado. Além disso, se nos próximos anos o mercado intensificar apostas nas soluções DeFi, isso pode tirar um pouco o foco do BTC e aumentar a atenção nesses outros protocolos, reduzindo essa correlação citada na análise da Hookspoint”.

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BTC a US$ 288 mil?

Consultado pela reportagem, o trader e Analista gráfico Allan Raicher disse que prefere olhar o price action (análise do preço) por meio do modelo Stock-to-Flow. Em resumo, esse modelo é resultado da relação entre a escassez e tempo agindo sobre o preço do bitcoin em dólares.

De acordo com Raicher, é de se esperar que o preço do ativo se acomode no patamar que mantenha a razão estatística (r2) intacta.

“Dado que o modelo S2FX (Stock- To-Flow Cross Asset) precifica o bitcoin em dólares em US$ 288 mil para manter a correlação intacta em 99.7% até meados de outubro numa média móvel de 463 dias, é natural constatar que este seja o prazo para tal apreciação”, disse.

Outras previsões

A previsão da ferramenta e do trader é diferente daquela feita por investidores do mercado. Brett Messing, sócio da SkyBridge Capital, falou em janeiro que a estimativa é que o BTC chegue a US$ 100 mil em 15 ou 16 meses e US$ 500 mil no longo prazo.

Anthony Pompliano, sócio do fundo de hedge de ativos digitais Morgan Creek Digital, também disse à Forbes, na semana passada, que o ativo pode chegar a US$ 100 mil neste ano.

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