Se um dia o homem se estabelecer fora do planeta Terra, o bitcoin pode ir junto? Essa possibilidade se tornou, no mínimo, imaginável a partir de uma demonstração durante a Asia Blockchain Summit 2020, que terminou no domingo (19).
A partir de uma adaptação dos serviços da empresa Blockstream Satellite, apresentada na conferência na última sexta-feira (17), o ex-astronauta canadense Chris Hadfield, que estava na Estação Espacial Internacional, recebeu uma transação de US$ 100 em bitcoin a partir da rede de satélites mantida pela companhia.
Em geral, o Blockstream Satellite envia todas as transações no pool de memórias do Bitcoin para transmissão, para que as pessoas em todo o mundo possam sincronizar com a rede da criptomoeda — mesmo na ausência de uma conexão à Internet.
A demonstração teve como intuito mostrar que transferências com bitcoin podem ocorrer mesmo sem internet, por meio de satélites. Essa possibilidade abre caminho para que, no futuro, até mesmo locais remotos e sem conexão com a rede mundial de computadores possam realizar transações com a criptomoeda. Para tal, bastaria haver um receptor hábil para decodificar o sinal que vem do espaço.
“O plano é abrir esse serviço para que todos possam originar suas transações de Bitcoin do espaço. Cada nó da Blockstream Satellite na Terra se tornará um ponto de saída em potencial para essas transações”, disse Samson Mow, CSO da empresa, em postagem no Twitter.
Cutucada em Peter Schiff
O êxito da transação foi comemorado por entusiastas do Bitcoin no Twitter. Um deles aproveitou uma outra postagem de Samson Mow para provocar Peter Schiff, famoso crítico da criptomoeda.
“Peter Schiff, tente fazer isso com suas pedras brilhantes” [em uma alusão ao ouro, defendido pelo economista como investimento].
Em janeiro, Schiff virou notícia quando revelou ter perdido a senha de sua wallet de bitcoin. Ele então tachou o bitcoin como “péssima ideia”. Dias depois, revelou que tinha confundido o PIN com a senha.