Imagem da matéria: Associações brasileiras de criptomoedas fecham parceria com empresa de auditoria
Evento realizado para fechamento do acordo (Foto: Reprodução/Facebook)

As duas Associações representantes de empresas de criptomoedas no Brasil fecharam parceria com a Grant Thronton para fazer um mapeamento das exchanges. Essa pesquisa ajudará o setor a ter uma Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) própria e facilitará a comunicação com órgãos do governo.

A ABCripto (Associação Brasileira de Criptoeconomia) e a ABCB (Associação Brasileira de Criptoativos e Blockchain) se reuniram na última quarta-feira (10) com a empresa de auditoria que deverá assinar um relatório sobre as empresas atuantes no mercado de criptomoedas.

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Fernando Furlan, presidente da ABCB e ex-presidente do Cade, afirma que “o setor se articulou nessa parceria com uma empresa reconhecida de auditoria para fazermos levantamento do setor cripto no Brasil”.

Natália Garcia, vice-presidente da ABCripto, conta que essa parceria foi fruto de uma conversa de dois meses.

Garcia relata que deverá ser “mapeado o faturamento de todo o setor e o número de clientes que cada empresa possui”. Ela conta que o aval por fim será dado pela Grant Thornton, que irá auditar essas informações.

A ideia é trazer dados como números de pessoas que está sendo empregada, o regime societário escolhido por essas empresas e se as empresas de criptomoedas têm contratos com empregados ou com outras Pessoas Jurídicas prestadoras de serviço.

Esse documento estará aberto para consulta pública até o começo de junho com informações gerais do setor.

Haverá, contudo, informações sigilosas que não poderão estar publicadas para não prejudicar o interesse empresarial do segmento. De acordo com Garcia, as empresas de criptomoedas terão 45 dias para preencherem um questionário com informações de seus negócios.

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Auditoria de exchanges

Esse relatório vai ajudar o setor a estabelecer melhor comunicação com os órgãos reguladores. Garcia conta que as associações “vêm encontrando algumas dificuldades de diálogo com alguns órgãos para defender os seus pleitos”. Ela afirma:

“Como queremos dialogar com a Receita Federal, com o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), o Bacen (Banco Central), a gente precisa de dados”.

Furlan também acredita isso irá melhorar a comunicação do setor com o governo. Ele diz que esse documento servirá para o mercado “se auto conhecer, se relacionar, contribuir e pleitear aos poderes públicos”.

Após a publicação desse documento, segundo Furlan, serão auditadas informações importantes como se determinada empresa procede ou não com medidas de segurança que visam inibir lavagem de dinheiro e se elas tomam o devido cuidado para conhecer seus clientes.

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A partir do questionário o mercado poderá mostrar a “quantidade de empresas do setor, faturamento médio, número médio de colaboradores, empregos diretos e indiretos, regime tributário, adoção ou não se procedimentos de KYC (Know your Customer) e AML (Anti-Money Laundering)”.

Nova classificação econômica

Furlan explica que com essas informações levantadas sobre o setor será mais fácil de se conseguir uma CNAE própria.

Ele conta que a ABCB havia tentado conseguir uma Classificação Nacional de Atividade Econômica para as empresas que trabalham com criptomoedas, “mas o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) pede mais informações do setor”.

A falta de CNAE específica, inclusive, foi um dos argumentos usados pelos bancos no inquérito administrativo que tramita no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e deve se encerrar no dia 18 de maio.

Furlan, contudo, diz que esse argumento de falta de CNAE não justifica a ação dos bancos em encerrar as contas dessas exchanges, uma vez que como “não há CNAE ainda” para esse setor, “as empresas têm que encontrar a atividade mais relacionada com o seu negócio”.

A reportagem entrou em contato com a empresa de auditoria Grant Thornton, por meio de sua assessoria de comunicação, mas não obteve resposta até o fechamento dessa matéria.

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