Um dos nomes mais respeitando quando o assunto é Bitcoin, Andreas Antonopoulos, compartilhou sua opinião sobre quais fatores ou eventos globais podem ameaçar seriamente a existência do Bitcoin em 2020 e nos próximos anos. Acontece que a lista é bastante curta.
Bitcoin provavelmente sobreviveria a um ataque de 51%
Em primeiro lugar, Antonopoulos observou que ataques de 51% – geralmente o maior incômodo quando se trata das ameaças existenciais do Bitcoin – não são tão assustadores na realidade. Embora seja possível, teoricamente, que um grande grupo de atores mal-intencionados tente controlar 51% – ou mais – do hashrate do Bitcoin para interromper a rede, tais ataques são extremamente caros e não muito eficazes.
“Tais ataques são muito caros para serem executados, exigem enorme coordenação, oferecem muito pouco benefício e podem ser facilmente frustrados. Portanto, por um custo tão alto, tão pouca recompensa e um risco tão grande, não vimos ataques de 51% e não acho que veremos esses ataques”, disse Antonopoulos.
Ele acrescentou que, mesmo que um ataque de 51% ocorresse, o Bitcoin provavelmente sobreviveria, já que não há muito o que os malfeitores possam fazer durante o ataque. Eles não seriam capazes de roubar dinheiro das pessoas, alterar regras de consenso ou transformar transações inválidas em transações válidas. Isso se deve em grande parte à natureza descentralizada do Bitcoin, já que não são apenas os mineradores que validam as transações – são também nodes, exchanges e comerciantes.
O Bitcoin é à prova de desastres?
Falando em eventos mais catastróficos, Antonopoulos disse que, embora uma falha elétrica de grande porte possa certamente atingir o Bitcoin mas os bancos e os sistemas financeiros existentes sofrerão um impacto muito mais grave.
“O Bitcoin seria uma das primeiras coisas a voltar”, no caso de uma falha elétrica ou um desastre natural que danificaria infra-estruturas como a Internet ou a rede elétrica, disse Antonopoulos.
O Bitcoin não é apenas um sistema de autofinanciamento; sua comunidade descentralizada de usuários, mineradores e operadores de nodes tem muitos incentivos para reconstruir suas infra-estruturas locais em tempo hábil.
O Bitcoin não depende de uma conexão com a Internet para operar em alguns casos. Por exemplo, a rede de satélites da Blockstream permite que as transações sejam feitas apenas com uma antena parabólica de TV e um dispositivo smart. “O Bitcoin exige apenas um meio de comunicação”, disse Antonopoulos; até mesmo linhas de rádio ou telefone de ondas curtas poderiam ser usadas em certos casos.
Da mesma forma, embora ataques combinados contra equipamentos de mineração – como vírus – possam ser problemáticos, eles são “passíveis de sobrevivência” e resultariam em soluções rápidas, acrescentou Antonopoulos.
Com hackers e desastres naturais fora do caminho, qual é a próxima maior ameaça ao Bitcoin?
Governos.
O que aconteceria se os governos atrapalhassem o Bitcoin?
Se há algo que preocupa Antonopoulos, são os ataques políticos ao Bitcoin e outras criptomoedas. Em particular, ele está preocupado com “ataques políticos furtivos”, como alterar o status tributário da criptomoeda, a fim de levá-la à clandestinidade. “Eu acho que esses ataques poderiam alienar grande parte da classe média e investidores especulativos, que não correriam o risco de se opor aos governos para usar o Bitcoin”, explicou Antonopoulos.
Ele ressaltou que, na sua opinião, mais da metade da população humana vive sob regimes totalitários, ditatoriais ou autoritários, nos quais “opor-se ao governo é uma questão de vida ou morte”.
Visto sob essa ótica, ele concluiu, infringir a lei para usar o Bitcoin provavelmente seria a menor das ofensas possíveis, enquanto “os incentivos são totalmente diferentes”.
*Traduzido e republicado com autorização da Decrypt.co- Leia também: Análise: Por que Satoshi Nakamoto provavelmente não mexeu nos bitcoins minerados em 2009
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