Argentina derruba quadrilha que transformava dinheiro lavado em criptomoedas no Paraguai

Quadrilha com argentinos, colombianos e chineses trocava no mercado clandestino pesos por dólares que eram convertidos no país vizinho
Agentes do PSA na Argentina contando dinheiro

Agentes do PSA contando dinheiro (Foto: Divulgação)

A Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA) da Argentina, em conjunto com a Receita Federal do país, prendeu no último fim de semana uma quadrilha que lavava dinheiro por meio de uma rede de supermercados para comprar criptomoedas no Paraguai. De acordo com um comunicado do órgão, foram cumpridos 27 mandados de prisão, busca e apreensão, e 15 pessoas foram detidas.

Durante a operação foram apreendidos duas carteiras físicas de criptomoedas, US$ 600 mil dólares e 24 milhões de pesos. Armas, ouro, veículos, e também máquinas de mineração de criptomoedas foram localizadas e levadas para perícia junto com documentos e outras evidências, diz o comunicado.

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Agentes da AFIP contando dinheiro (Foto: Divulgação)

Lavagem de dinheiro na Argentina

De acordo com a PSA, as investigações começaram em 2020 a partir de um acontecimento na cidade de Lomas de Zamora, que fica na província de Buenos Aires. Na época, policiais em ronda abordaram um carro e descobriram algo estranho escondido entre os assentos, revelados em seguida os cerca de cinco milhões de pesos. Os suspeitos tiveram então seus celulares apreendidos.

“Como resultado de intervenções telefônicas, os investigadores descobriram a existência de uma organização formada por uma ampla estrutura liderada por cidadãos chineses, argentinos e colombianos”, descreve o órgão, que acrescenta:

“Com o objetivo principal de lavar bens, seus associados arrecadavam dinheiro em supermercados para transportá-lo escondido em fundos duplos de carros até o mercado clandestino, casas de câmbio e, em outras ocasiões, até a tríplice fronteira para atravessar por terra até o Paraguai. Eles também realizaram operações com criptomoedas e usaram laranjas para esconder seus bens”, concluiu a PSA.

Segundo a PSA, todos os envolvidos responderão por crimes do artigo 303 do Código Penal argentino, que inclui, dentre outros, o de lavagem de dinheiro.