Imagem da matéria: "Altas taxas da rede Ethereum são medida de sucesso", afirma cofundador do projeto
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Conforme a popularidade da Ethereum para tudo, desde empréstimos de Finanças Descentralizadas (ou DeFi, na sigla em inglês) à emissão de tokens não fungíveis (ou NFTs) cresceu, o custo de fazer negócios na rede também: taxas de gas, a quantia de gwei (uma fração de ETH) cobrada por transação, aumentaram constantemente.

Isso resultou em debates acalorados sobre a usabilidade da rede e deu a adversários da Ethereum, como Solana, Avalanche e Polkadot, uma chance de se apresentarem como alternativas mais baratas e rápidas.

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O contínuo debate sobre as taxas de gas da Ethereum atingiu um ponto de ebulição novamente em novembro, destacado por um tuíte do investidor cripto e cofundador do Three Arrows Capital Su Zhu, que criticou: “Sim, eu abandonei a Ethereum apesar de tê-la apoiado no passado. Sim, a Ethereum abandonou seus usuários apesar de tê-los apoiado no passado”.

Mas Joe Lubin, um cofundador da Ethereum e CEO da ConsenSys, rebateu as preocupações sobre as taxas de gas.

“Altas taxas de gas são uma medida de sucesso”, afirmou ele em entrevista ao Decrypt durante Dcentral, um evento em Miami em meio à semana artística do Art Basel.

“São uma dor de crescimento, algo que não pode ser evitado. Quando uma nova tecnologia se torna bem-sucedida, sempre possui problemas de escalabilidade. Sejam seus ciclos de CPU, espaço de tela ou memória, você basicamente precisará ter engenheiros de software para maximalizar as capacidades da tecnologia. Parece que estamos vendo clientes maximalizarem as capacidades da tecnologia.”

Lubin acrescentou que Ethereum 2.0, cuja previsão é que chegue até o “segundo trimestre ou, possivelmente, próximo do terceiro trimestre do ano que vem”, irá ajudar a combater tanto os custos de transação como o uso de energia.

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Ele também falou bem sobre as redes competidoras da Ethereum, apesar de ter destacado que não estão imunes às crescentes taxas de gas.

“Já estamos vendo a escalabilidade acontecer na segunda camada e, na segunda camada, estamos vendo centenas e, em breve, milhares de transações por segundo que são quase sem custo – são econômicos na Solana, econômicos no Avalanche”, afirmou Lubin.

“Aliás, esses são sistemas bem legais, Solana e Avalanche e, conforme são cada vez mais usados por clientes, veremos taxas de transações chegarem a US$ 1 e US$ 2 para essas tecnologias. A Ethereum será o blockchain dos blockchains. Será a principal camada para a liquidação de ativos digitais, será a camada de coordenação para muitas tecnologias diferentes de segunda camada.”

Lubin disse que, esses dias, a Ethereum está se aproximando de 200 mil validadores na rede e que com a Ethereum 2.0 e a migração para um mecanismo proof of stake (PoS), esse número irá aumentar exponencialmente: “A barreira de entrada estará bem baixa, então todos poderão usá-la”.

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O medo de perder oportunidades (FOMO)

Por fim, Lubin tinha muito a dizer sobre a adesão institucional das criptos, dias após a ConsenSys anunciar uma arrecadação e US$ 200 milhões que a avalia em US$ 3,2 bilhões.

“Entidades como JPMorgan, Goldman Sachs etc., na minha opinião, estão com se coçando para entrarem em nosso ecossistema”, declarou Lubin.

“Mas são instituições bancárias bastante reguladas, então não será fácil para elas fazer esse tipo de coisa. E alguns desses investidores, não especificamente o JPMorgan, nos disseram que investir na ConsenSys é uma espécie de substituição para entrar no sistema, principalmente conforme o dinheiro antigo está morrendo ou depreciando drasticamente, com esse novo dinheiro mais sonante e, em breve, ultrassonante, aumentando de valor exponencialmente e também gerando rendimentos bem drasticamente. Instituições, assim como pessoas, gostam de obter retornos.”

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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