Jovens Africanos Aderem ao ‘Evangelho’ do Bitcoin

Imagem da matéria: Jovens Africanos Aderem ao ‘Evangelho' do Bitcoin

Crédito: Albert Gonzalez Farran, UNAMID

Richard M. Bagorogo, professor de Kampala, capital de Uganda, descobriu uma nova forma de ajudar pessoas e também de divulgar o seu sucesso com criptomoedas. Batizada de ‘O Evangelho do Bitcoin” a nova metodologia do educador está sendo bem aceita em pequenas comunidades ugandenses, segundo o New York Times.

Bagorogo tem pulso forte na hora de dizer que a falta de emprego o ajudou a descobrir uma maneira de ganhar dinheiro.

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“Estou vivendo de Bitcoin porque conseguir um emprego neste país não é fácil”. Essa é uma das frases que ele prega em suas palestras num grande edifício na capital, enquanto seus ganhos são projetados em uma tela. “O que eu ganhei em um ano e meio com o Bitcoin é mais do eu recebi em 10 anos como professor”.

Africanos têm se interessado no assunto ​​e muitos estão adotando o Bitcoin como um projeto de vida. Mesmo com as advertências de alguns governos e observando a volatilidade no preço da criptomoeda, o fator mais determinante para entrarem no novo mercado é desemprego.

É claro que na maioria são profissionais que já possuem uma renda e buscam suplementar seus salários, mas outros são da geração Y sem um emprego e que esperam ganhar a vida trocando dessa maneira.

Seguidores do ‘Evangelho’

Em pequenas comunidades de Kampala ‘estrelas’ como Bagorogo têm chamado muito a atenção. Em outros lugares o tal ‘evangelho’ tem conseguido muitos ‘seguidores’. Recentemente, numa de suas palestras, o professor explicou como uma vez não conseguiu matricular seus filhos na escola internacional onde lecionou. Richard agora diz que sua vida é outra e pode ajudar sua família, principalmente seu pai.

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Assim como na maioria dos países, os africanos ainda não têm noção do que é Bitcoin.

“Quando tentei persuadir meus primos eles ligaram para meu pai e disseram: ‘Seu filho enlouqueceu’, lembrou Bagorogo. “Na minha cabeça o que me atraía no Bitcoin era a matemática da Blockchain. Mas eles queriam saber de dinheiro e não de cálculo. Depois que eu explicava com calma e mostrava como eu realizava as transações eles ficavam fascinados.

Alerta do Banco Central de Uganda

O professor incentiva as pessoas a investirem em mineração. Aqueles que não podem investir muito ou bem pouco ele explica que mesmo assim é um projeto promissor. Porém a mineração não parece ser tão simples assim, principalmente quando autoridades estão de olho nessa atividade.

O banco central de Uganda alertou que investir em bitcoin e outras moedas digitais “está assumindo um risco no espaço financeiro, onde não há proteção ao investidor nem a competência reguladora”.

Quênia e Nigéria também emitiram preocupações semelhantes. No ano passado a Namíbia baniu oficialmente o uso de criptomoedas para fins comerciais. No entanto, outros países da África parecem abertos às possibilidades. Em 2017 a Tunísia anunciou que lançaria uma moeda digital baseada na tecnologia Blockchain e a África do Sul, a economia mais desenvolvida da África, estaria pesquisando a viabilidade da tecnologia.

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Outros entusiastas, como o médico Moses Semulya, têm citado a conveniência no uso da criptomoeda.

“Eu costumava comprar equipamentos médicos on line, mas estava ficando difícil por conta das taxas aqui de Uganda. São extremamente caras. Com o Bitcoin isso se tornou muito mais fácil e rápido na minha profissão.

Semulya, que trabalha num hospital de Kampala, disse que lamenta uma oportunidade perdida de investir no Bitcoin em 2016 quando ele ainda era relativamente barato. Hoje o médico diz ter cerca de US$ 800 em sua carteira, mas está otimista. Ele espera ver o valor aumentando à medida que o Bitcoin for crescendo na África e no mundo.

“No momento prefiro investir em Bitcoin e observar essa nova oportunidade em vez de comprar um terreno”.

O site Abc News também publicou um relatório detalhado da crescente popularidade do Bitcoin entre os cidadãos de Kampala. O relatório descreve os entusiastas ugandenses como profissionais que buscam uma renda suplementar, além da nova geração desempregada que busca nesse meio uma oportunidade de crescimento financeiro.

A região africana dispõe de uma exchange, a BitPesa, com sede em Nairóbi, capital do Quênia. A plataforma atende 6.000 clientes em Uganda, Quênia, Tanzânia e Nigéria. Eles podem sacar Bitcoin em troca de moeda local.

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