A exchange Huobi anunciou no domingo (26) que não está mais aceitando contas registradas na China e que vai encerrar as já existentes até 31 de dezembro. Enquanto isso, na região da Mongólia, autoridades apreenderam mais de 10 mil equipamentos de mineração.
A Huobi anunciou por meio de seu site que não irá mais aceitar contas da China e irá encerrar as atividades das existentes até 31 de dezembro para “entrar em conformidade com as leis regulações locais”.
A empresa disse que irá gradualmente encerrar as contas e que irá informar os clientes dos arranjos para a finalização dos serviços por e-mail.
Mas os efeitos já estão sendo sentidos: a Huobi Tech, afiliada da Huobi Global, teve queda de mais de 30% de suas ações na abertura do mercado nesta segunda-feira (27), conforme reportagem da Reuters.
Em uma declaração feita à agência de notícias, Du Jun, cofundador da Huobi, disse que “no mesmo dia em que vimos a notícia [de que o governo chinês passou a classificar como ilegais as criptomoedas], nós começamos a tomar medidas corretivas”.
O executivo não revelou qual o total de usuários afetados e disse apenas que a Huobi está há algum tempo expandindo para mercado do Sudoeste Asiático e Europa.
Em seu site, a Huobi disse que “sempre se dedicou a oferecer o comércio de ativos digitais e assegurar a segurança dos ativos dos consumidores, enquanto seguia todas as leis locais. Nós nos desculpamos por qualquer inconveniência causada e agradecemos a sua compreensão e apoio!”.
Mineração na Mongólia
Segundo reportagem do portal Coindesk, autoridades chinesas apreenderam mais de 10 mil máquinas de minerar criptomoedas em uma operação no interior da Mongólia.
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Essa mineração em particular estava consumindo 1.104 quilowatts segundo a imprensa local, e era feita no Pioneer Park, que fica situado dentro da Zona de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico da cidade de Baotou.
Segundo a agência de notícias governamental Xinhua, as autoridades já encerraram até agora 45 operações de mineração na Mongólia, fazendo com que a província poupasse 6.58 bilhões de quilowatts de eletricidade, o que é equivalente 2 milhões de toneladas de carvão.
China contra o Bitcoin
O mercado de criptomoedas desabou no último dia 24 após o governo da China anunciar novos planos de combate à mineração e declarar ilegais todas as atividades de trade com bitcoin e criptomoedas.
Em publicação oficial, o Banco Central da China afirmou que pessoas e empresas chinesas que forneçam tecnologia, marketing e serviços de pagamento para exchanges que atuam fora do país, atuam de forma ilegal e serão investigados de acordo com a lei.
O Banco Popular da China em conjunto com os principais reguladores financeiros do país divulgou no dia 24 um documento chamado “Aviso sobre Prevenção e Eliminação de Riscos em Transações de Moeda Virtual” em que anuncia o endurecimento das medidas para reprimir as negociações de Bitcoin e outras criptomoedas no país asiático.
O ponto que chama mais atenção no documento é um novo entendimento de que qualquer pessoa ou empresa que facilite a negociação de bitcoin e outras criptomoedas no país, está infringindo a lei.
O texto afirma que “a prestação de serviços para exchanges do exterior para residentes chineses por meio da internet é uma atividade financeira ilegal” e aqueles que engajam nesta atividade serão investigados de acordo com a lei.
Além disso, o texto ordena que fornecedores de eletricidade parem de atender mineradores por meio de linhas diretas e aumente para o custo da energia para US$ 0,05 por quilowatt-hora aos mineradores identificados.