A Polícia Federal (PF) indiciou na terça-feira (3) o empresário Claudio Oliveira, o falso ‘Rei do Bitcoin’, pelos crimes de estelionato, organização criminosa, crime contra a economia popular, crime falimentar, crime contra o sistema financeiro e tentativa de embaraço às investigações.
A informação consta em um despacho ao qual o Portal do Bitcoin teve acesso, adicionado pela PF ao processo que corre na Justiça Federal do Paraná.
Preso preventivamente desde o início de julho, ele é acusado de aplicar um golpe de R$ 1,5 bilhão por meio do Grupo Bitcoin Banco, cuja sede ficava em um bairro nobre de Curitiba (PR). A estimativa é que cerca de 7 mil pessoas tenham sido lesadas por ele.
Sua esposa, Lucinara da Silva Oliveira, foi indiciada por estelionato, organização criminosa e crime contra a economia popular.
Outras sete pessoas também foram inidiciadas por crimes falimentares. São elas: Ismair Junior Couto, Johnny Pablo dos Santos, Rodrigo Martinelli Laport, Cibele Cristine Golo dos Santos e Janio Cesar Martins Correa.
Prisão e investigação
Claudio, sua esposa e outros integrantes do esquema foram presos preventivamente no início do mês passado, no âmbito da Operação Daemon da PF.
Durante a ação, também foram apreendidos bolos de dinheiro, artigos e carros de luxo e carteiras físicas de criptomoedas. Na época, a Justiça também determinou o sequestro de imóveis.
No final de julho, a defesa de Claudio e a de Lucinara entraram com pedido de habeas corpus. No caso de Claudio, a Justiça negou. Sua esposa chegou a ser solta, mas teve que voltar para a prisão porque descumpriu um acordo prévio e tentou manter contato com outros investigados.
Relembre o caso Bitcoin Banco
O Grupo Bitcoin Banco, que operou grande parte de 2018, ganhou notoriedade por negociar dentro do seu sistema cerca de R$ 500 milhões por dia, algo que atraiu boa parte dos 7 mil investidores lesados.
No início de 2019, no entanto, a empresa travou os saques. Na época, o falso Rei do Bitcoin disse que o negócio havia sofrido um ataque hacker, o que foi desmentido posteriomente pela Polícia Civil.
A empresa também conseguiu que a Justiça do Paraná aprovasse um processo de recuperação judicial, o que deu mais tempo para ele dilapidar com os recursos captados das pessoas. A recupeção judicial foi transformada em falência em julho.