Nunca esteve tão demorado adicionar um novo bloco na rede do Bitcoin (BTC) como agora. O tempo de confirmação de blocos na blockchain da criptomoeda estava em torno de 23 minutos no domingo (27), segundo dados da empresa de análises CryptoQuant.
Esse é o tempo de confirmação mais alto visto em 11 anos. A última vez que o intervalo entre os blocos esteve em um nível parecido — mas menos grave — foi no final de 2017 e início de 2018, quando chegou ao fim o bull run daquele período.
Os mineradores precisam resolver problemas matemáticos complexos para gerar um bloco e receber como recompensa os novos bitcoins gerados. Segundo as regras do protocolo, um bloco deve ser adicionado à blockchain a cada dez minutos.
No entanto, a manutenção desse tempo médio depende da quantidade de poder computacional dedicados à rede. Quanto mais mineradores, mais rápido será gerado um bloco. Se o número cai, a rede se torna mais lenta.
Desde que a China começou a expulsar os mineradores do país que até então era responsável por mais da metade da mineração do bitcoin, o poder da rede desabou. Outros dados do CryptoQuant indicam que o atual hashrate do BTC atingiu no domingo 57.5B GH/s, o nível mais baixo em 23 meses.
O maior ajuste de dificuldade do BTC
O problema dos intervalos entre os blocos deve ser resolvido entre sexta e sábado, quando a rede do bitcoin passa por um ajuste de dificuldade periódico. A cada duas semanas, a mineração se torna mais fácil ou difícil, dependendo do número de mineradores trabalhando na rede.
De acordo com a estimativa do BTC.com, o próximo ajuste da criptomoeda terá a maior queda de todos os tempos. A estimativa é que a atual taxa de dificuldade de 19.93 T fique em torno de 15.27 T, portanto uma ajuste para baixo de 23,4%.
Também deve ser a primeira vez que a dificuldade do BTC sofre três quedas consecutivas desde o final de 2018. Nos ajustes de 30 de maio e 14 de junho, a dificuldade da rede caiu 16% e 5%, respectivamente, segundo o The Block Research.