Imagem da matéria: Caso de compra de sentença no TJ da Bahia também envolveu criptomoedas, diz MPF
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O Ministério Público Federal (MPF) solicitou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a manutenção da prisão preventiva de seis investigados na Operação Faroeste, que investiga um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA). Apontados na ocasião como idealizadores do esquema, um casal tinha cheques preenchidos em nome de um suposto negociador de criptomoedas.

“Pesam atos graves que abalam a ordem pública e a normal colheita de provas, contemporâneos e cuja única resposta para sua cessação é a prisão preventiva”, informou em nota o MPF na quinta-feira (17). O órgão também disse que não houve alteração na situação dos réus que justificasse a soltura.

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No que tange a criptomoedas, o MPF relatou que no momento da prisão foram encontrados com um casal talonários de cheque de contas diversas, inclusive com cheques destinados ao pagamento de negociação de criptomoedas, o que indica prática de lavagem de dinheiro”.

O órgão se refere a Adailton Maturino e Geciane Maturino, também apontados como “grandes beneficiários do sucesso da trama delitiva do Oeste baiano”, diz o texto. Segundo o MPF, eles movimentaram mais de R$ 26,1 milhões sem comprovação de origem e ostentavam uma aeronave, uma lancha, além de dois carros de luxo.

O MPF cita, ainda, outros crimes imputados ao casal que justificam a manutenção de suas prisões, como ocultação de provas, flagrante de tratativas de transporte internacional de diamantes brutos, entre outros.

Do mesmo modo casal Maturino, os outros presos Antônio Roque, Márcio Duarte, Maria do Socorro e Sérgio Humberto, que estão presos desde novembro do ano passado, tiveram a manutenção das prisões ‘para que as provas relativas aos seis réus continuem sendo colhidas’, diz a nota.

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No pedido enviado à Corte Especial do STJ, o MPF ressalta que, além das três ações penais já iniciadas, há, ainda, outras três linhas de apuração autônomas que têm como base o Inquérito 1.258/DF, que deu origem à Operação Faroeste.

Operação Faroeste e TJ da Bahia

De acordo com o UOL, a Operação Faroeste, que começou em 2019, tinha como objeto inicial investigar a existência de suposto esquema de venda de decisões no TJ-BA com o envolvimento de pelo menos quatro desembargadores. Contudo, no decorrer das outras fases, afirmou o site, foi descoberto também o envolvimento de integrantes do alto escalão e de servidores de outros órgãos do estado.

Ainda conforme o site, foram então tomadas várias medidas cautelares, como prisões, buscas e apreensões e quebras de sigilo bancário De acordo com a reportagem, investigações apontam para crimes com várias ramificações onde pode ter o envolvimento de autoridades da alta cúpula do Poder Público baiano.