“Você não vai ficar milionário fazendo day trade”, disse o youtuber e influencer digital Raiam Santos, carioca de 30 anos que hoje vive com a venda de produtos digitais na internet, como livros, cursos e mentoria.
No vídeo, publicado no YouTube na quarta-feira (16), o empreendedor reservou pouco mais de 13 minutos para jogar um balde de água fria nos novos entrantes do mercado de ações.
Ele comentou a recente onda de novos day traders que, estimulados por profissionais que vendem sonhos, entram no mercado sem saber se a atividade realmente dá dinheiro.
Para ele, contudo, um caminho para ficar rico é empreender: “Abrindo uma empresa, escalando e gerando valor ao mundo”.
Segundo Raiam, qualquer pessoa que acredita que olhando para gráficos vai ganhar dinheiro e transformar ‘aquilo’ num trabalho, está enganando a si e a seus amigos “dizendo que é day trader”. Mas ele disse que também já passou por isso.
Ex-day trader
Atualmente Raiam mora na Rússia, de onde gravou o vídeo. Conforme uma entrevista na Rádio Jovem Pan, ele disse não acreditar no tradicional traçado humano em busca de sucesso — estudar, fazer uma faculdade e conseguir um bom emprego. Ele passou por essas fases: conta ter feito três graduações nos EUA e trabalhou inclusive na bolsa de valores americana.
Como day trader, Raiam não sugere ter fracassado. Isso depois que ele aprendeu que na atividade pouca gente obtém sucesso.
Para reforçar seus comentários, ele comentou sobre um famoso estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o fracasso dos day traders brasileiros. Nele, uma equipe de economistas da FGV concluíram que 97% das pessoas perdem seu dinheiro.
Ao citar a informação de que só 2,6% dos day traders lucraram cerca de R$ 300 reais por dia, Raiam disparou:
“Com 20 dias de pregão, R$ 6 mil por mês. Não compra nem uma menção nesse vídeo”, disse. Por um merchandising em seu canal são cobrados R$ 7 mil.
Em outro ponto, ancorado em uma informação da XP Investimentos, que segundo ele, diz que day trading dura só seis meses, disparou:
“Day trader não é sustentável; tem vida curta”
“Os algoritmos venceram”
Teve um ponto que Raiam mostrou uma foto antiga de um galpão tomado por traders. Conforme descreveu o local, alí se servia do trading o banco americano UBS. Depois, ele mostrou outra foto do mesmo local, que estava com bem menos pessoas.
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Por meio da imagem, Raiam tentou explicar que hoje o mercado está sendo dominado pelos ‘robôs traders’ de grandes instituições financeiras. Ou seja, ele quis dizer que os humanos não são mais páreos.
“Os algoritmos venceram”, disse.
Day trader é “corno, burro, zé ruela”
Em outro ponto do vídeo, Raiam foi mais duro, usando inclusive de termos pejorativos, como corno, burro e zé ruela.
De acordo com seu ponto de vista, ele sugere que muitos day traders são ‘zé ruelas’ que perderam seus empregos, não conseguiram terminar os estudos e tentaram outras atividades, como Uber e Hinode, além de caírem em golpes como o da Unick Forex.
“Aí ele vai te dizer que está na nova onda, que é trader. Meu amigo, não seja enganado”.
Em sua visão, investir na bolsa é coisa para pessoas que têm R$ 5 milhões. Segundo ele, os grandes investidores têm um portfólio tão diversificado que não se preocupam com notícias, com flutuações, pois estão focados em suas empresas.
Segundo ele, os milionários não leem notícias, pois elas são feitas para assustar quem é burro, classe média, sem grana, que acredita que vai ficar mais rápido lendo sobre o mercado.
“Quando a notícia saiu, os algoritmos, os fundos, já operaram em cima disso e você foi o último a saber”, disse, ressaltando:
“Day trader é corno; o último a saber”.
“Pessoas inteligentes não assistem TV, não leem notícias. Eu já fui assim quando eu não tinha grana”.
Ao final, Raiam faz a seguinte comparação:
Fazer day trade e acreditar que dá dinheiro é igual uma pessoa com 40 anos resolver jogar futebol. “60 mil pessoas estão no futebol e só 200 ganham dinheiro. E quem tá na arquibancada paga para quem tá ali dentro”, concluiu.