Imagem da matéria: Garoto de 17 anos é preso e acusado pelo hack do Twitter
Graham Ivan Clark (Foto: Hillsborough County Sheriffs Office)

O americano Graham Ivan Clark, 17 anos, preso nesta sexta-feira (31), foi o ‘mentor’ do ataque que ocorreu no Twitter no último dia 15, segundo autoridades americanas. Na ocasião, um problema de segurança no microblog permitiu a invasão de dezenas de contas pessoas de renome internacional.

Contas da Apple, Elon Musk, Bill Gates, entre outras estavam entre as vítimas que foram usadas para postar mensagens de golpes com criptomoedas.

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O caso se transformou em vergonha para o Twitter, que teve sua segurança questionada por várias empresas de tecnologia. Segundo o New York Times, o garoto já estava sendo rastreado antes do ataque.

De acordo com o jornal, em abril deste ano, Clark teve mais de US$ 700 mil (cerca de R$ 3,5 milhões) em bitcoins apreendidos pelo Serviço Secreto dos EUA. Na Justiça americana, o jovem já acumula mais de 30 processos criminais, entre eles, por fraudes.

Acusados no caso Twitter

De acordo com a procuradoria do estado da Califórnia — entidade do Departamento de Justiça dos EUA (DoJ), os outros acusados de participação no hack do Twitter foram:

Mason Sheppard, britânico de 19 anos, “investigado por conspiração para cometer fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e acesso ilegal a computadores;

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Nima Fazeli, americano 22 anos, “por ajudar e favorecer o acesso intencional de um computador protegido”.

O terceiro acusado, escreveu o departamento, é um jovem — supostamente Clark, que devido às leis federais não foi identificado no documento.

O procurador do estado da Flórida, Andrew Warren, disse que está empenhado em provar a culpa de Clark, pois “quem engana pessoas e toma seu dinheiro suado está sempre errado”.

E mandou um recado aos infratores:

“Esteja você tirando proveito de alguém pessoalmente ou na Internet, tentando roubar dinheiro ou criptomoeda — é fraude, é ilegal e você não vai se safar”. 

Tanto no comunicado da Procuradoria quanto em declaração no Youtube, o procurador David Anderson, atuante no Distrito Norte da Califórnia, também deixou seu recado aos hackers:

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“A ação de hoje demonstra que a alegria de nefastos hackers por diversão ou lucro em um ambiente seguro não vai durar muito”.

Em resposta à ação rápida das autoridades, um porta-voz do Twitter comunicou:

“Agradecemos as ações rápidas da polícia nesta investigação e continuaremos a cooperar à medida em que o caso avance”.

A agilidade no caso também foi enaltecida por quem trabalhou nas investigações. O agente especial do FBI em São Francisco, John F. Bennett, disse que “embora investigações desse tipo possam levar anos, nossos investigadores conseguiram prender esses hackers em questão de semanas”.

Ataque a contas no Twitter

Na tarde do ataque, a conta de suporte do Twitter afirmou que já estava ciente dos problemas e que estava investigando o problema para encontrar uma solução.

O que aconteceu seguiu um padrão. No caso de Elon Musk, às 17h17min, houve uma postagem — agora apagada — no qual foi divulgada a seguinte mensagem:

“Estou me sentindo generoso por causa do Covid-19”, diz a mensagem escrita pelos invasores.

A seguir, o texto dizia que para cada quantidade de bitcoin enviada, o falso Musk enviaria o valor dobrado — o que é um recurso comum deste tipo de golpe. E o mesmo se repetiu com dezenas de outras empresas.

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O resultado é possível ver nos dados da blockchain. Ele mostram que o endereço fornecido na mensagem recebeu cerca 12 bitcoins (R$ 600 mil) em quase uma hora. O endereço é exatamente o mesmo do postado na conta de Gates e da Apple.

Ataque a corretoras

O ataque foi generalizado e, além de personalidades, também atingiu as contas das principais empresas de criptomoedas, como Binance, Ripple, Coinbase e Gemini.

O conteúdo do tweet, no entanto, foi diferente. No caso das corretoras, o golpe envolvia uma suposta doação de até 5 mil bitcoins. “Estabelecemos uma parceria com a CryptoForHealth e estamos devolvendo 5000 BTC à comunidade”, dizia o tweet. O objetivo era o mesmo, roubar bitcoins dos seguidores.

A ação fez com que o bitcoin chegasse ao segundo lugar nos trending topics no Twitter no Estados Unidos. No Brasil, Elon Musk e Bill Gates ficaram entre os cinco temas mais comentados.

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