Embora a atual crise tenha forte impacto sobre as fintechs, algumas representantes do setor vem contribuindo para o esforço de atenuar os efeitos do coronavírus na economia.
Uma dessas fintechs é a PicPay, que atua no setor de pagamentos e firmou parcerias com duas instâncias de governo para o pagamento de benefícios sociais.
A PicPay foi anunciada na última quarta-feira (8) pelo governo de São Paulo como canal de pagamento do Merenda em Casa, auxílio que atende 732 mil alunos da rede estadual de ensino.
De acordo com o governo paulista, o benefício — no valor de R$ 55 menais — é oferecido para estudantes cujas famílias recebem o Bolsa Família ou vivem situação de extrema pobreza e não recebem o benefício federal. Durante dois meses, o valor dobra e passa para R$ 110 a 113 mil alunos em situação de extrema pobreza.
Antes do governo de São Paulo, a PicPay também firmou parceria com a Prefeitura de Duque de Caxias (RJ) para repasse de benefícios a famílias com filhos matriculados na rede municipal de ensino. A estimativa é que 70 mil pessoas sejam beneficiadas pelo auxílio de R$ 50, que deve ser usado exclusivamente para compra de alimentos.
Em ambos os casos, para receber o dinheiro, os responsáveis pela matrícula do aluno devem abrir uma conta gratuita no aplicativo.
Meio facilitador
Guetiro Genso, CEO do PicPay, afirma que o aplicativo é um meio facilitador para que benefícios e doações cheguem a quem necessita —pessoas, entidades ou ONGs. E diz que a empresa está à disposição para apoiar programas que envolvam distribuição de recursos financeiros, vinculados ou não aos órgãos governamentais.
“Essa é uma das formas que o PicPay encontrou de ajudar a sociedade: sendo um meio facilitador para fazer os recursos chegarem a quem mais necessita – diretamente em casa, pelo celular, mantendo o distanciamento social”, disse.
De acordo com o executivo, o PicPay não tem nenhum ganho financeiro com tais parcerias. Ele diz ainda que, no modelo de negócio da empresa, os recursos vêm de investidores e – fora do momento de crise – de taxas cobradas dos estabelecimentos.
“Dos usuários, são cobradas taxas apenas quando eles optam por fazer parcelamentos no cartão de crédito ou ultrapassam o limite de R$ 800 transacionados no mês”, completa Genso.
Demonstração de força
A ação do PicPay é um exemplo das possibilidades de um melhor aproveitamento das fintechs no esforço para mitigar os efeitos econômicos da pandemia.
Até o começo da crise, as fintechs eram consideradas pelo Banco Central peças importantes para elevar a concorrência e reduzir o custo do crédito. No entanto, ficaram de fora das primeiras medidas de socorro à economia.
Um primeiro aceno ocorreu no último dia 26 de março, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou fintechs de crédito com licença para operar como Sociedades de Crédito Direto (SCD) a emitir cartões de crédito.
A ideia é que as fintechs que se encaixam nesse formato se tornem canal de realização de políticas públicas, por meio da capilaridade que as plataformas eletrônicas possuem. Uma situação exemplificada por ações como a da PicPay.
“Medidas direcionadas exclusivamente às fintechs poderiam ser uma alternativa de o recurso emergencial não ficar represado em grandes bancos que possuem processos mais lentos e burocráticos no momento de liberar o recurso para quem precisa”, afirma Diego Perez, diretor da ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs).
No último dia 2, segundo o jornal Valor Econômico, representantes de fintechs entregaram ao Banco Central um pacote de medidas para ampliar o número dessas empresas aptas a aderir às medidas lançadas pelo governo. Ao mesmo tempo que ajudam no esforço contra a crise, também tentam reduzir os custos e tributos de suas atividades.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o governo avalia ainda usar fintechs, como operadoras de maquininhas de cartão, para a distribuição do auxílio emergencial de R$ 600 durante a pandemia do coronavírus e para conceder crédito a donos de pequenos negócios.
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