Imagem da matéria: Bitcoin Banco entra com pedido de recuperação judicial para todas as empresas do grupo
Claudio Oliveira durante jantar oferecido após Bitconf (Foto: Divulgação)

Com centenas de processos nas costas, sem dinheiro em caixa e milhões em dívidas, o Bitcoin Banco e demais empresas ligadas a Claudio Oliveira entraram na Justiça com um pedido de recuperação judicial.

A petição foi registrada no Tribunal de Justiça do Paraná às 16h59 de segunda-feira (04) pelo advogado Edson Insfer. Na lista estão as seguintes empresas:

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  • Bitcurrency Moedas Digitais, conhecida como Bitcoin Banco;
  • Dream Word Informática;
  • NegocieCoins;
  • Open Coin Serviços Digitais;
  • Principal Apoio Administrativo;
  • Tagmob Administração e Corretagem de Imóveis;
  • TemBTC;
  • Zater;

O pedido confirma o medo dos advogados que pediram a falência do grupo na semana passada.

Na peça, os advogados pediram também o indeferimento de um eventual pedido de recuperação judicial da empresa, tática usada para “congelar”, reorganizar e parcelar as dívidas com os credores.

O argumento é que a a Recuperação Judicial prima por preservar a existência da empresa. Porém, no caso do Bitcoin Banco, os autores acreditam que ela não tem como se reerguer uma vez que não tem autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para operar, sendo inclusive notificada pela autarquia.

Conforme especialista em direito econômico Gustavo Martinelli, o pedido de recuperação judicial significa anunciar para o público geral, especialmente para o mercado, que a empresa em questão precisa “apertar os cintos”. Isto é, tornar pública a crise e avisar que precisa tomar atitudes mais rígidas para tentar sobreviver.

Crise do Bitcoin Banco

O pedido de recuperação judicial é mais um capitulo de uma empresa que veio a apresentando problemas desde o final de maio quando travou os saques de todos os clientes.

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Nos dias e semanas posteriores, Claudio Oliveira ainda chegou a afirmar que a Negocie Coins era a maior corretora do mundo em volume negociado e que iria pagar todo mundo. “Doe a quem doer”, disse famosamente.

De lá pra cá, embora ele se mantenha tomando garrafas d’água de R$ 20, ele teve o passaporte confiscado pela Justiça, teve os carros de luxo quase levados em um processo judicial e está com uma ação de despejo para que saia do escritório de Curitiba onde fica a empresa.

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