A Agência Nacional de Eletricidade do Paraguai (ANDE), afirmou na última terça-feira (21) que uma fazenda de mineração de criptomoedas que operava irregularmente em Salto del Guairá, município de Canindeyú, foi localizada graças a um sistema baseado em inteligência artificial (IA) que mede a tensão de redes elétricas.
De acordo com um post no X da ANDE, o sistema funciona com um software de IA com um sistema de distribuição baseado na tecnologia SCADA, que permitiram identificar “variações importantes na carga das redes elétricas”, o que levou à identificação e verificação da área suspeita por técnicos.
Durante a operação, conduzida pelo Ministério Público, agentes da Polícia Nacional do Paraguai e funcionários da ANDE, foram apreendidas 176 ASICs, equipamentos específicos para mineração de Bitcoin, que posteriormente foram encaminhadas para a sede do MP em Saltos de Guairá.
Outros dois equipamentos — transformadores elétricos de 1.000 volts — foram deixados no local para servirem como prova de furto de energia elétrica.
O governo do Paraguai vem batendo forte nos mineradores de criptomoedas sem licença porque permite o registro entidades do setor —várias empresas de mineração já possuem autorização para operar, pagando as taxas correspondentes, como a tarifa de US$ 65 mil por garantia para cada megawatt que utilizam em suas operações.
O governo do Paraguai vem reprimindo rigorosamente os mineradores de criptomoedas sem licença para operar na região. Por conta da energia barata, várias empresas de mineração já possuem autorização para atuar no país e pagam as taxas correspondentes, como a tarifa de US$ 65 mil por garantia para cada megawatt que utilizam em suas operações.
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Dois dias antes da intervenção em Salto del Guairá, as autoridades agiram na cidade de Sapucai, Departamento Paraguarí, onde 396 máquinas de mineração de criptomoedas foram apreendidas. A propriedade, cuja infraestrutura foi avaliada em cerca de US$ 1,5 milhão, pertence ao ex-deputado paraguaio Miguel Cuevas.
Segundo apurou o site Criptonoticias, com base nas mais de 50 intervenções da ANDE realizadas desde o início de 2024, o governo apreendeu mais de 6.000 equipamentos.
Projeto de lei no Paraguai
No início do mês passado, 14 senadores apresentaram um projeto de lei que visa proibir de forma temporária praticamente tudo o que está relacionado ao mercado cripto no Paraguai, proibindo “a criação, conservação, armazenamento e comercialização de ativos virtuais ou criptoativos, criptomoedas e a instalação de fazendas de mineração de criptomoedas em território paraguaio”.
Portanto, até mesmo a compra de Bitcoin seria considerada ilegal no país dentro do período previsto de 180 dias, ou até que seja decretada uma lei que regule o setor cripto.
O projeto de lei foi enviado a três comissões do Senado para avaliação e deliberação — dentre elas a Comissão de Energia e Meio Ambiente.
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