Polícia Federal na operação "Ilha da Fantasia", envolvendo a Fiji Solutions
Divulgação/PF

A Polícia Federal lançou uma operação chamada “Ilha da Fantasia” que executou oito mandados de busca e apreensão e três prisões preventivas na manhã desta quinta-feira (15), relacionadas com crimes financeiros e a empresa Fiji Solutions, de Campina Grande, na Paraíba. A empresa é acusada de funcionar como uma pirâmide financeira que oferecia promessas de rendimentos mediante contratos de investimentos com criptomoedas.

O nome da operação remete ao nome fantasia da Fiji Solutions, que possui uma operação semelhante à pirâmide financeira “rival” Braiscompany, também de Campina Grande, Paraíba.

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Segundo as informações da Polícia Federal, estima-se que foram movidos cerca de R$ 600 milhões, nos últimos três anos, pelas partes envolvidas no esquema. Além da Fiji, a empresa Softbank Softwares, que desenvolvia a tecnologia da Fiji, também foi alvo da operação.

Em abril deste ano, a Fiji Solutions teve R$ 399 milhões bloqueados em determinação da Justiça, por meio da 2ª Vara Cível de Campina Grande, atendendo a pedido do Ministério Público da Paraíba.

Vídeo do canal Blog do Márcio Rangel (Paraíba)

Dono da Fiji já estava detido por suspeita de abuso sexual infantil

Um dos alvos da operação “Ilha da Fantasia” era o empresário conhecido pelo nome de Buenos Aires, dono da Fiji Solutions.

Buenos Aires, no entanto, já havia sido detido em prisão preventiva pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, um dia antes da operação federal, na quarta-feira (14). O dono do suposto esquema financeiro também é suspeito de cometer o crime de abuso sexual infantil.

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Parte das provas contra Buenos Aires envolvem fotos e vídeos de crianças e adolescentes em cenas explícitas de sexo, encontradas em seus dispositivos eletrônicos. O delegado responsável pelo caso, João Ricardo, disse ao G1 que alguns destes materiais indicavam que poderiam ter sido produzidos pelo empresário.

“Não dá para afirmar que foi ele quem fez essas fotos, mas dá para afirmar que ele possuía essas fotos em seus dispositivos eletrônicos. Então há uma grande chance de se por acaso ele não praticou esse crime, saber quem praticou”, explicou.

Braiscompany e pirâmides financeiras

Há um mês atrás, no dia 18 de maio, agentes da Polícia Federal deflagaram a operação “Select II” para dar continuidade às investigações contra a Braiscompany, empresa paraibana acusada de montar um esquema bilionário de pirâmide financeira com criptoativos.

Em nota ao Portal do Bitcoin, a PF disse que aquela operação, realizada em conjunto com o Ministério Público Federal, focava em “combater a lavagem de dinheiro decorrente dos crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais”.

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Antes disso, a operação “Halving” já havia encerrado o esquema de pirâmide financeira controlada pelo casal, Fabrícia Campos e Antônio Neto Ais, que segue foragido.

Acompanhe a cobertura completa sobre a Braiscompany.

A Braiscompany era faminta por clientes e não se importava se “era uma pessoa morrendo de câncer, o maior criminoso ou o maior juiz do Brasil”. A afirmação é do campinense Ismael Lira, ex-segurança da empresa, que revelou em entrevista exclusiva ao Portal do Bitcoin vários acontecimentos que presenciou enquanto trabalhava na empresa.

No último final de semana (11), o advogado Artêmio Picanço, especialista em atender vítimas de fraudes com criptoativos, deu uma palestra no evento BitSampa.

“Pirâmide financeira não cai, ela se conclui”, disse o advogado enquanto apontava que os estelionatários já têm em mente que um dia a situação será insustentável e trabalham do “dia um” do projeto sabendo que a pirâmide será concluída em algum momento.

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