Imagem da matéria: Vítima de pirâmide deve requerer falência da empresa para ter mais chances, diz advogada
Eronides Santos (segundo da esquerda para direita) e Lívia Gavioli (terceira da direito para esquerda) durante painel da Bitsampa (Foto: Fernando Martines/Portal do Bitcoin)

“A falta dos pedidos de falência permite que a empresa continue operando e isso atrasa muito o ressarcimento de todos os credores”. A análise é da administradora judicial Lívia Gavioli, que atua em casos de pirâmides financeiras que usaram criptomoedas como forma de isca ou como tentativa de lavar o dinheiro. A profissional do Direito participou do debate de finalização do Bitsampa neste domingo (11), evento que ocorreu na cidade de São Paulo durante o final de semana.

Gavioli afirmou que há uma grande relutância das vítimas em entrar com um pedido de falência da empresa que os lesou por um motivo específico: “Eles entendem que buscar uma reparação singular, uma busca individual de ressarcimento, será mais rápido”, afirma.

Publicidade

Porém, essa noção de maior celeridade em um processo individual é falsa, já que o processo de falência concede poderes muito maiores e amplos para a Justiça ressarcir as vítimas.

O assunto foi levantado por Eronides Santos, procurador de Justiça de São Paulo. Ele ficou famoso por ter atuado no caso da pirâmide financeira do Boi Gordo, no começo dos anos 2000, quando milhares de pessoas foram levadas a investir em um esquema de agropecuária que na verdade não passava de um golpe Ponzi.

Desde então, Eronides começou a atuar em casos de pirâmides associadas às criptomoedas. Em um, o prejuízo total chegou a R$ 1 bilhão.

“Desses investidores que tomaram o prejuízo, nenhum deles fez um requerimento de falência dessas empresas. E isso era algo que me intrigava. Eu como agente do Estado não posso requerer a falência de uma sociedade empresarial. Quem pode fazer isso é o credor”, disse.

Publicidade

O procurador afirma que a alternativa foi entrar com uma ação para desconstituir a sociedade empresarial pelo fato de que a pessoa jurídica estava usando sua condição para cometer crimes.

Com isso, o Ministério Público interrompe as atividades criminosa e promove uma liquidez: pega os bens e dinheiro da empresa e paga trabalhadores, impostos e clientes.

“Isso é uma imitação do processo de falência, mas sem as ferramentas do processo de falência”, disse Eronides.

VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: O poder dos RWA: executivo explica por que faz sentido tokenizar ativos do mundo real

O poder dos RWA: executivo explica por que faz sentido tokenizar ativos do mundo real

Fabrício Tota, diretor do MB, discutiu no Ethereum Rio como empresas podem tirar o máximo proveito da tecnologia blockchain através da tokenização
Imagem da matéria: El Salvador já minerou R$ 154 milhões em Bitcoin usando energia de vulcão

El Salvador já minerou R$ 154 milhões em Bitcoin usando energia de vulcão

A mineração de Bitcoin é feita com energia do vulcão Tecapa, usando 300 processadores voltados para essa atividade
Imagem da matéria: Governo proíbe uso de  criptomoedas em apostas esportivas

Governo proíbe uso de criptomoedas em apostas esportivas

Secretaria de Prêmios e Apostas vetou o uso de criptomoedas para apostas e pagamentos
Imagem da matéria: "Centavo épico" de Bitcoin é usado para inscrever música da Grimes gerada por IA

“Centavo épico” de Bitcoin é usado para inscrever música da Grimes gerada por IA

Ordinals com uma música gerada por IA da Grimes foi inscrito num satoshi “épico” de Bitcoin avaliado em mais de R$ 10 milhões