Charlie Lee, criador do Litecoin causou uma grande discussão nesta terça-feira (17) ao publicar uma frase um tanto inusitada em seu Twitter. Ele sugeriu que há dois grupos de criptoativos, um é o Bitcoin e o outro são todas as outras criptomoedas, inclusive o LTC.
Ele aconselhou seus seguidores a obterem primeiramente 1 bitcoin para depois pensar em qual criptomoeda investir. Porém, o detalhe que chamou a atenção foi a inclusão do LTC no ‘grupo das outras’.
“Haverá no máximo 21 milhões de bitcoins. Não há BTC suficiente para que TODOS os milionários possuam uma unidade. Portanto, antes de comprar qualquer outra moeda (incluindo o LTC), tente possuir pelo menos 1 BTC primeiro. Quando você tiver 1 BTC, então compre todas as altcoins que quiser!”.
O mais estranho é que não é comum que um criador de uma criptomoeda ‘concorrente’ do bitcoin faça tal comentários, visto que os fundadores, em sua maioria, defendem a sua criptomoeda como sendo a ‘moeda do futuro’.
E foi justamente a estranheza no conselho dado por Lee que causou tamanha repercussão na rede social, embora seja comum investidores de longa data aconselharem os mais novos entusiastas a comprarem primeiramente bitcoin.
Porém, o conselho não partiu de um investidor ou especulador, mas sim de um criador, o que é menos comum nesse mercado competitivo que é o das criptomoedas. Essa decisão foi incrivelmente controversa dentro da comunidade Litecoin.
Após receber vários críticas, Lee reiterou:
“Possuir outras moedas é muito mais arriscado. Possuir o BTC é uma aposta mais segura. Então, antes de especular, invista em algo sólido”.
O Litecoin foi criado por Lee em 2011 através de um fork do Bitcoin. O objetivo nunca foi ser maior que o ‘ouro’, como o bitcoin é denominado por muitos, mas uma ‘prata’, ou seja, um melhor meio de pagamento para a ocasião, já que as taxas de rede do bitcoin ainda eram altíssimas, as chamadas taxas dos mineradores.
Alguns radicais até reconheceram o valor do Litecoin como um teste viável para o desenvolvimento do Bitcoin, talvez melhor evidenciado pela adoção da solução de escalonamento ‘Segregated Witness’ (SegWit) antes de sua ativação na rede BTC, opinou a CCN.
Lee afirmou ter vendido toda a sua participação no Litecoin no final do ano passado, uma medida que ele fez pouco antes do mercado de criptomoedas entrar no que agora se tornou uma queda livre desde janeiro deste ano.
Na ocasião, ele disse que sua decisão foi para afastar o que ele acreditava ser um conflito de interesses que o prejudicava no projeto. Hoje, o ex-engenheiro da Coinbase trabalha em tempo integral no LTC.
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