O mercado de criptomoedas opera com mais tranquilidade nesta sexta-feira (28) após a forte volatilidade nas últimas sessões, com foco no cenário macroeconômico e no campo da regulação.
Dados sobre a economia americana e europeia reforçam as apostas em aumentos dos juros e investidores já se prepararam para as decisões de política monetária dos bancos centrais dos EUA e da zona do euro na semana que vem.
O Bitcoin (BTC) mostra estabilidade nas últimas 24 horas, cotado a US$ 29.198,40, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC recua 0,3%, para R$ 146.520,98, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
Na esteira do recente rali, investidores de longo prazo de Bitcoin estão no lucro pela primeira vez em 11 meses.
Mas o desempenho do token nativo da rede Solana já supera os ganhos do Bitcoin, com alta de 125% desde 31 de dezembro em contraste com a valorização de 78% da maior criptomoeda, mostram dados da Bloomberg. Solana (SOL) avança 3,4% nas últimas 24 horas.
O Ethereum (ETH) ganha 1%, negociado a US$ 1.906,90.
As principais altcoins se alternam entre perdas e ganhos, com destaque para BNB (-3,2%), XRP (+2,6%), Cardano (-0,4%), Dogecoin (+0,6%), Polygon (+0,6%), Polkadot (-0,7%), Shiba Inu (-0,1%) e Avalanche (+1,2%).
Sul-africano preso no Brasil leva multa de US$ 3,4 bilhões
Um juiz dos EUA ordenou que um executivo sul-africano atualmente detido no Brasil pague mais de US$ 3,4 bilhões – cerca de R$ 17 bilhões – em restituição e multas pela criação de uma pirâmide financeira internacional com Bitcoin.
Trata-se da maior multa civil já aplicada pela Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC), segundo a Bloomberg.
Cornelius Johannes Steynberg, fundador e CEO da Mirror Trading International (MTI), que se encontra detido no Brasil desde 2021, foi acusado de cometer fraudes em transações em moeda estrangeira no varejo, entre outras violações, disse a agência em comunicado que anunciou a ordem do juiz federal Lee Yeakel.
As acusações contra Johann Steynberg
Entre 2018 e 2021, Steynberg solicitou pelo menos 29.421 bitcoins — no valor de mais de US$ 1,7 bilhão em março de 2021 — a pelo menos 23 mil investidores nos EUA e em outros países, para participação em um pool de commodities não registrado operado por sua empresa.
Através do seu negócio, Steynberg cobrava um depósito de no mínimo US$ 100 em bitcoin dos investidores, com a promessa de oferecer a eles 10% do valor todos os meses. “Tudo que você precisa fazer é sentar e relaxar”, informava a Mirror Trading International no site.
O empresário fundou em abril de 2019 a empresa que explicava operar com um “software digital avançado e inteligência artificial (IA) para negociar nos mercados internacionais de Forex”.
O modelo de negócio era parecido com o de outras empresas brasileiras suspeitas de pirâmide, como Atlas Quantum e Binary Bit.
Em setembro de 2021, no entanto, Steynberg parou de pagar os investidores. Poucos meses depois, a Financial Sector Conduct Authority (FSCA, a Comissão de Valores Mobiliários da África do Sul) entrou com ações criminais contra a MTI.
Escondido no Brasil
No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro decidiu manter a prisão cautelar de Steynberg, enquanto aguarda os trâmites de um processo de extradição pedido pela África do Sul, onde ele também é acusado de pela formação do esquema.
Steyberg estava escondido no Brasil desde dezembro de 2020, mas levou um ano para as autoridades descobrirem sua localização exata. Ele foi preso em Goiânia em dezembro do ano passado.
O sul-africano foi preso na região Alto da Glória e levado para a Superintendência da Polícia Federal em Goiânia. No momento da prisão, as autoridades fizeram uma vistoria na casa onde o sujeito estava escondido e apreendeu outros dois documentos falsos, dois notebooks, um celular e seis cartões de crédito.
Coinbase desafia SEC
A Coinbase, maior exchange cripto americana, respondeu na quinta-feira (27) ao alerta de notificação recebido da SEC, a CVM dos EUA, instando a agência a não prosseguir com a ação contra a empresa para o próprio bem do regulador, informou o Decrypt.
Leia Também
A Coinbase abriu o capital quando foi listada na Nasdaq em 2021. A corretora argumentou que, ao permitir que suas ações fossem negociadas na bolsa eletrônica, a SEC deu a entender que não considerava suas operações ilegais.
“Se a Comissão acreditasse em abril de 2021 que os principais negócios da Coinbase violavam a lei de valores mobiliários, seria exigido por seu próprio mandato impedir que o S-1 fosse efetivado para proteger o público investidor”, escreveu a empresa em sua resposta em referência a um documento regulatório da SEC.
Mas o presidente da agência, Gary Gensler, não parece desistir de sua batalha e voltou a criticar a indústria cripto em um vídeo recomendando cautela aos investidores publicado também na quinta-feira.
Ex-executivo da FTX na mira do FBI
O FBI realizou uma busca na manhã da quinta-feira (27) em Potomac, Maryland, na residência de Ryan Salame, ex-executivo da FTX que foi um importante colaborador na campanha de candidatos republicanos, disseram duas pessoas com conhecimento do assunto ao New York Times.
Salame, que comandava a subsidiária da FTX nas Bahamas, fazia parte do círculo de executivos de confiança de Sam Bankman-Fried, fundador da exchange cripto, antes de a empresa entrar com pedido de recuperação judicial em novembro.
Promotores federais acusaram Bankman-Fried de orquestrar fraudes e esquema ilegal de financiamento de campanha na FTX. Ele nega as acusações.
Projeto-piloto do real digital
O Banco Central anunciou na quinta-feira (27) que entidades interessadas em participar do projeto piloto do real digital poderão enviar suas propostas entre os dias 2 e 12 de maio. O número de participantes no Piloto RD é limitada a até 10 instituições, selecionadas conforme critérios e procedimentos previstos no regulamento divulgado pelo BC.
Apenas bancos e instituições financeiras reguladas poderão participar do piloto do real digital, que inicia os testes a partir do mês que vem.
Em entrevista ao Valor, Fabio Araujo, responsável pelo projeto do real digital no BC, disse que a decisão de limitar os participantes se deve a dificuldades operacionais e de enquadramento na lei em relação a entidades que não são supervisionadas.
“Sabemos que tem um potencial de demanda grande de participantes, mas temos limitações (…) Não estamos desenvolvendo a plataforma que vai operar, são testes ainda. Tem vantagens em participar, porque ajuda a definir como vai ser o padrão, mas também tem riscos que podem ser elevados para empresas pequenas”, afirmou Araujo.
MB em Portugal
O MB aumentou sua oferta de produtos no mercado português com uma versão mobile para clientes de sua subsidiária Criptoloja, que passa a se chamar Mercado Bitcoin Portugal a partir desta sexta-feira (28).
Reinaldo Rabelo, CEO do MB, contou ao Valor que a estratégia faz parte de uma reestruturação com o objetivo de simplificar a estrutura, ampliar a oferta de produtos e serviços e viabilizar a expansão geográfica para outros mercados, o que inclui levar tokens de renda fixa digital à Espanha.
Outros destaques das criptomoedas
A plataforma de negociação Robinhood Markets lançou o “Robinhood Connect“, um novo recurso para usuários financiarem suas carteiras web3 sem precisar sair de um aplicativo descentralizado (dapp) ou permanecer em suas contas cripto, segundo comunicado.
O Robinhood Connect também vai permitir que desenvolvedores incorporem a ferramenta diretamente em seus aplicativos descentralizados, para que usuários da plataforma possam comprar, transferir e financiar suas carteiras de autocustódia, anunciou a empresa na conferência Consensus 2023 do CoinDesk em Austin, Texas.
A Yuga Labs, criadora da coleção Bored Ape Yacht Club, continua a dominar o mercado de tokens não fungíveis (NFTs), com uma fatia de quase 35% do volume total de negociação no período entre outubro de 2022 e março de 2023, de acordo com novo relatório da DappRadar divulgado pelo Decrypt.
Em entrevista à Bloomberg, o novo CEO da Yuga Labs, Daniel Alegre, que deixou a Activision Blizzard para assumir o comando da startup de web3 no mês passado, disse que esse mercado ainda tem muito potencial por meio da integração com games, eventos e comércio eletrônico. O executivo afirmou que a Yuga Labs pretende aumentar o acesso de usuários aos jogos e permitir que terceiros desenvolvam produtos para o metaverso Otherside.
No Brasil, um novo livro será publicado no formato de NFT e registrado em blockchain, informou a Exame. Com 400 páginas, a obra “O Primeiro Mergulho no Mundo da Web3: Como as Criptomoedas, o Metaverso e os NFTs irão Mudar as Nossas Vidas”, escrita por João Kamradt, detalha os principais conceitos das novas tecnologias que envolvem a blockchain e a web3, segundo comunicado da Viden.VC, empresa de venture capital à frente do projeto.
- Não perca dinheiro. No Mercado Bitcoin, você pode fazer staking de Ethereum de maneira segura e simples. Abra sua conta agora e comece a ganhar recompensas sobre seus investimentos em criptomoedas.