Nesta quarta-feira (12) o tradicional jornal de economia americano Wall Street Journal (WSJ) publicou uma manchete de peso: “Os EUA quebraram um roubo de criptomoeda de US$ 3,4 bilhões — e o anonimato do Bitcoin”.
A afirmação feita pela manchete, no entanto, parece discutível. A reportagem faz uma análise histórica de diversos casos onde investigadores criminais usaram técnicas de rastreamento on-chain para chegar a carteiras ou indivíduos procurados.
Trata-se de algo que já é realizado em diversos países há algum tempo, inclusive no Brasil. O jornal, no entanto, diz que a rastreabilide do Bitcoin representaria o rompimento de uma “função elementar” da blockchain.
No decorrer da reportagem, o WSJ elenca alguns dos principais casos onde autoridades norte-americanas venceram a batalha contra a privacidade de criminosos.
Iniciando pelo caso de 2012, envolvendo James Zhong e a exploração de um bug no mais popular mercado da darknet, o Silk Road, que protagonizou um dos primeiros casos de uso massivo do Bitcoin como moeda de troca, na compra e venda de produtos do mercado negro, protegido por endereços pseudônimos.
Zhong conseguiu roubar 50 mil BTC através da falha no mecanismo de saque da plataforma, na época avaliados em cerca de US$ 600 mil, mas, no dia de sua captura por agentes federais em 2021, com um valor de US$ 3,4 bilhões, segundo o WSJ.
Além deste grande caso de sucesso onde foram utilizadas técnicas de rastreio da blockchain junto de diversas outras técnicas forenses, a reportagem do Wall Street Journal também cita:
- O confisco de mais de US$ 10 bilhões em criptoativos pela Receita Federal dos EUA, a IRS;
- Os US$ 3,6 bilhões recuperados do casal que roubou fundos da Bitfinex em 2016;
- A suposta ligação com a Coréia do Norte dos roubos da Ronin e da Horizon, em um total de US$ 720 milhões em criptomoedas;
- Uso de análise on-chain e técnicas forenses para contribuir no caso de 2014 da Mt. Gox.
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O jornal de Wall Street também apresenta a empresa Chainalysis como principal aliada das autoridades na identificação, rastreio e captura de criminosos através da blockchain.
A Chainalysis alegadamente possui um grande banco de dados de endereços e carteiras, além de técnicas e ferramentas especializadas desenvolvidas nos últimos anos — que os coloca na vanguarda da rastreabilidade nessa indústria e já colecionam importantes clientes como a IRS, o FBI, corretoras e bancos.
A empresa se reuniu com o Banco Central do Brasil em janeiro deste ano (2023).
No mesmo dia da publicação da reportagem, o serviço de coinjoin da Samourai Wallet, carteira de bitcoin com foco em privacidade, marcou um novo recorde em capacidade líquida, de 7.173 BTC (US$ 215,3 milhões) — evidenciando uma procura crescente por mais privacidade, por usuários do Bitcoin.
Algumas das criptomoedas focadas em privacidade nativa também vêm apresentando valorização nas últimas 24 horas, observadas no momento da redação: Monero (+1,53%), ZCash (+4,87%) e Dash (+2,61%).
Em 2022, Monero (XMR) foi citado na minissérie norueguesa da Netflix “Desaparecimento na Noruega”, ou ”The Lørenskog Disappearance”; como um dinheiro impossível de ser rastreado.
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