Durante o final de semana, eu estava passando em frente a um barzinho e escutei um pequeno trecho de uma conversa, que me deixou pensativo.
Nela, dois amigos batiam um papo sobre carros. Foi quando um disse para o outro:
- “Comprei meu carro usado há dois anos atrás. Hoje, depois de muito rodar nele, ele está valendo mais do que quando comprei”.
Como era de esperar, o amigo retrucou:
- “Há, não é possível! Você só pode estar de brincadeira”.
Mas ele não estava… Ao voltar pra casa, dei uma pequena pesquisada nos grupos de vendas em redes sociais e constatei que realmente havia um fato ali: o preço dos carros usados está realmente subindo.
Mas como tudo tem uma boa explicação – e ela quase nunca é tão boa como parece -, dediquei algumas horas para deixar minhas impressões de lado e começar a entender através de dados o que está acontecendo.
Aqui está apenas um pedacinho do que pude observar e, claro, um aprendizado que tem a ver com o nosso foco, que são as criptomoedas.
Os carros usados ficaram mais caros!
Discutir o preço e valor de um bem pode ser difícil. Mas vamos tentar, primeiro, levantar algumas hipóteses para o aumento do preço dos carros no Brasil.
Em 2021, houve uma crise considerada “sem precedentes” no fornecimento de componentes, que levou à paralisação de 29 fábricas de automóveis, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a Anfavea.
A paralisação também teve a ver com a baixa demanda do produto pelo mercado.
Esses não são problemas superados: agora mesmo, em 2023, as coisas ainda não são tão diferentes. Ainda faltam peças no mercado e a demanda por carros novos continua baixa, fazendo com que muitas empresas do setor pausem a produção ou dêem férias coletivas aos funcionários.
Com pouca grana no bolso, dá para ver que a prioridade do brasileiro em geral não é mais comprar carro novo. Assim, o comércio de carros usados tem crescido e isso pode ter elevado o preço de modelos populares.
Mas a conclusão não é tão simples e nem para por aí…
Existe, sim, uma procura grande por carros usados, mas não se esqueça que esses bens sofrem uma depreciação natural pelo uso e ano de produção.
E, cá pra nós, os carros novos também estão subindo de preço de uma maneira bem difícil de engolir, não é?
Então precisamos admitir uma situação bem mais séria do que uma simples “valorização” dos carros velhos.
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É o que veremos a seguir…
Real valendo menos
Vamos direto à questão e te dar um choque de realidade:
Não é o nosso carro usado que está valorizando muito. É o dinheirinho que está no seu bolso que tem perdido valor rapidamente.
Se não acredita, aqui vai um dado importante: em dezembro de 2019, os meios de pagamento (M1), que é uma forma de ver o quanto de dimdim está sendo criado no país, somaram R$ 403 bilhões. Recentemente, essa mesma métrica superou os R$ 600 bilhões.
Como existe uma impressora de dinheiro funcionando sem parar, o dinheiro do governo está perdendo o seu valor.
Então, até mesmo de forma literal, tenho uma má notícia pra você: o real tem conseguido a proeza de se desvalorizar mais do que um carro velho…
Por mais que o homem no bar ache que seu carro está valendo mais, uma coisa não muda: na verdade, o carro, com o passar do tempo, vai perder valor. O problema é que nosso dinheiro está tendo performance pior do que o de um carro usado.
Pra fechar a tampa do caixão, mais uma triste realidade: não se iluda com a melhora da situação.
O Estado sempre vai dizer que se preocupa e que está trabalhando para mudar o cenário.
Mas, por baixo dos panos, a maior parte dos políticos só vão fazer o que for necessário para manter o controle e permanecer no poder. Isso faz parte do jogo.
A parte boa é que existem soluções para sair dessa tragédia anunciada. A mais simples delas é o Bitcoin.
Com uma lógica diferente da de um carro, o Bitcoin tende a se valorizar mais com o tempo, já que vai ficando mais escasso e a procura tende a aumentar, certo? Ele não possui os problemas de depreciação que outros bens teriam.
Não preciso falar muito mais que isso, pois creio que você já deve ter ouvido bastante sobre o tema. Já foi o suficiente para uma reflexão, certo?
Mas, para terminar, eu tenho uma pergunta para você. Entre carros usados, dinheirinho do governo e Bitcoin, qual a sua primeira opção?
A minha escolha é evidente. E a sua?
Sobre o autor
Fabrício Santos possui MBA em Engenharia Econômica, é Product Manager e atua como Coordenador de Educação da Criptomaníacos, contribuindo no setor de conteúdo, produto e pesquisa da empresa desde 2019