Imagem da matéria: PF e Receita Federal derrubam pirâmide financeira que movimentou R$ 170 milhões em Bitcoin
Polícia Federal e Receita Federal em Operação Trap Coin

A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal (RF) mobilizaram seus agentes nesta quinta-feira (09) para cumprir 28 mandados de busca e apreensão para uma operação contra uma pirâmide financeira com criptomoedas que teria movimentado cerca de R$ 170 milhões em Bitcoin. O nome da empresa e dos alvos da operação não foram revelados.

As ações da chamada Operação Trap Coin estão sendo realizadas nos estados de Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e São Paulo, de acordo com informações das instituições.

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Segundo a nota enviada pela RF ao Portal do Bitcoin, o objetivo da operação é combater uma organização criminosa especializada na captação de recursos de investidores a pretexto de operacionalizar aplicações em criptomoedas.

“Até o presente momento já foi monitorada a movimentação de aproximadamente 996,76 BTC pela organização criminosa, o que estaria avaliado, na data da última movimentação, em torno de R$ 170 milhões”, disse a RF, acrescentando que a justiça também pediu um bloqueio judicial de ativos financeiros em nome dos investigados, com um limite total superior a R$ 120 milhões. 

As investigações, descreve a RF, identificaram a prática de pirâmide financeira por meio de oferta de contratos de investimentos em criptomoedas – “notadamente Bitcoins” -, com promessa de distribuição irreal de lucros e remuneração garantida, além de bonificação progressiva em casos de indicação de terceiros.

O negócio era promovido principalmente nas redes sociais. A prática, no entanto, requer aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), algo não realizado pelo negócio, afirma a autoridade.

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“O grupo está sendo investigado pela prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, notadamente os de instituição financeira clandestina, gestão fraudulenta/temerária de instituição financeira clandestina e emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio”, concluiu a RF.

Como toda pirâmide, o negócio usava os fundos dos novos participantes para pagar os rendimentos dos clientes mais antigos, ou seja, todo dinheiro que era aplicado não era investido, mas “revertidos em prol da sustentação da pirâmide financeira” e “do enriquecimento pessoal dos mentores do esquema.

Conforme apurou as autoridades, os líderes do negócio passaram a ostentar um patrimônio incompatível com os rendimentos formais declarados”. 

Pirâmide oferecia 300% de lucro

De acordo com uma publicação do site Rondônia ao Vivo, que também não revela o nome dos investigados, a empresa chegou a garantir aos investidores 300% de lucro sobre aportes com duração de 120 dias.

“Houve, inclusive, a criação de um ativo virtual próprio e de uma corretora de ativos virtuais, unicamente com o propósito de expandir o esquema criminoso e angariar mais pessoas”, ressalta.

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Conforme descreve a reportagem, os números apresentados para os clientes eram fictícios, tanto que quando era pedido um saque, o cliente recebia justificativas vazias ou atribuídas a terceiros, como bloqueio de saldo por uma corretora.

“Exchange de grande porte e em operação no Brasil, que, após oficiada, informou que o líder da organização e suas principais empresas não eram sequer usuários da plataforma”, afirmou o Rondônia ao Vivo.

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