O Mercado Livre anunciou nesta quinta-feira (18) a criação de uma criptomoeda chamada Mercado Coin. O ativo poderá ser comprado na ferramenta da Mercado Pago, onde os clientes já podem comprar e vender Bitcoin, Etehereum e a stablecoin USDP.
Além da compra direta, os clientes da empresa irão receber Mercado Coin como cachback pelas compras feitas no Mercado Livre. A criptomoeda será lançada com o preço de 0,10 US$.
O anúncio foi feito por meio de uma coletiva de entrevista e os porta-vozes da empresa disseram que não tem planos de desenvolver para a Mercado Coin aplicações web3, como DeFI e NFT.
Não é necessário criar conta na Mercado Pago para usar as criptomoedas. Conforme o cliente for fazendo compras no Mercado Livre, os tokens serão acumulados e poderão ser utilizados em novas compras no marketplace.
Para oferecer esse serviço, a plataforma firmou uma parceria estratégica com a Ripio, uma das maiores plataformas de criptoativos da América Latina, que será a custodiante e exchange das operações de compra e venda de criptos realizadas por meio do aplicativo Mercado Pago.
O Brasil é o pioneiro do sistema, mas o plano é levar para outros países da América Latina. O token nativo dessa blockchain foi desenvolvido pelo protocolo ERC 20, que roda na blockchain Ethereum.
Em comunicado para a imprensa, o Mercado Livre afirma que monitora o crescimento global da tecnologia blockchain e do mundo cripto desde seu início como uma ferramenta para simplificar operações e conectar as pessoas. Nos últimos anos, a empresa assumiu posições de US$ 30 milhões como reserva de valor em cripto.
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Mercado Livre e criptomoedas
A Mercado Libre (Mercado Livre no Brasil), assim como tantas outras grandes instituições, entrou no mercado cripto bem devagar. Em 2019, por exemplo, a plataforma chegou a mudar sua política para anúncios de criptomoedas, apesar de afirmar que não proibiria tais vendas.
Em 2020, a Mercado Pago já tinha uma parceria com a argentina Ripio e permitia compra de criptomoedas com saldo em carteira.
No ano seguinte, o fundador e CEO do Mercado Livre, Marcos Galperin, já fazia elogios ao Bitcoin como uma reserva de valor. Pouco tempo depois, a Mercado Livre passou a permitir a venda de imóveis por Bitcoin na Argentina — cerca de cinco meses depois, Galperin investiu individualmente na Ripio, em uma rodada de investimentos Série B.
Não demorou muito e a empresa anunciou, em maio de 2021, a compra de US$ 7,8 milhões em bitcoin “como parte de nossa estratégia de tesouraria”.
Em novembro do ano passado, a Mercado Livre anunciou sua entrada no mundo das criptomoedas ao permitir aos clientes do Mercado Pago a compra, venda e posse de criptomoedas usando as carteiras digitais que possuem por meio do serviço.
Por fim, em janeiro desse ano o Mercado Livre anunciou que adquiriu participação na 2TM, controladora da corretora Mercado Bitcoin. O valor do investimento não foi divulgado.