Imagem da matéria: Manhã cripto: Ethereum (ETH) cai 11% após Beacon Chain, diminui perdas, mas mostra maior descolamento do Bitcoin (BTC) em seis meses
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O mercado de criptomoedas se descola das bolsas americanas e opera com volatilidade nesta sexta-feira (27), com perdas mais acentuadas para tokens de protocolos ligados a projetos de finanças descentralizadas.  

O Bitcoin (BTC) é negociado com perda de 0,7% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 29.020, segundo dados do CoinGecko. No Brasil, o Bitcoin cai 1,5%, para R$ 139.422, mostra o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

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O Ethereum (ETH) dá sequência à desvalorização iniciada na quinta-feira (26) e leva outras altcoins a tiracolo. Mas a segunda maior criptomoeda, que chegou a cair 11%, pisa no freio e agora tem baixa de 3,1%, cotada a US$ 1.784. Avalanche mergulha 8,67%, Solana perde 6,1% e Polkadot recua 1,3% após registrarem quedas de dois dígitos nas últimas 24 horas. 

A onda vendedora deixou alguns traders perplexos, mas, no caso do Ethereum, já havia sinais de menor demanda após o derretimento do ecossistema Terra, aponta análise da Bloomberg. As chamadas taxas de gas da rede, por exemplo, caíram para o menor nível em 10 meses. E dados da Glassnode indicam uma trajetória descendente desde dezembro. 

Além disso, o volume diário de tokens não fungíveis negociados na rede Solana ultrapassou o total na Ethereum, o que diminui a confiança de investidores de que será o principal protocolo da web descentralizada, destacou Mati Greenspan, fundador da empresa de pesquisa de criptomoedas Quantum Economics. 

Reorganização 

Outra notícia que preocupou investidores foi o problema de reorganização detectado na Beacon Chain, rede que será fundamental para a fusão do Ethereum, prevista ainda para este ano. Uma reorganização (“reorg” no jargão do mercado) pode acontecer tanto por meio de uma falha na rede, como um bug, ou de um ataque hacker, resultando em uma versão duplicada temporária de uma blockchain. Quanto mais tempo uma reorg durar, mais sérias serão as consequências. 

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Em sete dias, o ETH já acumula baixa de 13,4%, enquanto o Bitcoin mostra queda de 4,6% no período, segundo dados do CoinGecko. O preço do BTC mostra a maior vantagem em relação ao Ethereum desde meados de outubro, de acordo com a Bloomberg,. 

O preço-alvo do BTC fixado pelo JPMorgan é de US$ 38 mil, cerca de 28% a mais do que a cotação atual, destaca a Forbes. 

A sexta-feira também é de perdas para outras altcoins como Binance Coin (-4,1%), Cardano (-4,9%), Dogecoin (-0,8%) e Shiba Inu (-4,8%).  XRP vai na contramão e sobe 1,2%. 

Outro destaque negativo é a criptomoeda Stepn (GMT), nativa do aplicativo “move-to-earn” baseado na rede Solana, que recua 21% nas últimas 24 horas depois de cair quase 40%. A empresa anunciou na quinta-feira que vai suspender serviços de GPS para usuários com localização na China em meados de julho, o que os impede de ganhar tokens no programa. 

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Estreia da Luna 2.0 

É neste cenário turbulento que o mercado recebe a nova versão da blockchain Terra e de seu token nativo LUNA. 

Corretoras como Binance, Crypto.com, FTX, Gate.io, KuCoin, Bitfinex, Bitrue, Bybit confirmaram que irão fornecer suporte à nova versão da criptomoeda. 

A Nox Bitcoin, uma das exchanges brasileiras que lista a Luna e a stablecoin UST, também vai apoiar o lançamento nesta sexta, conforme explicou o CEO da corretora, João Paulo Oliveira, ao Portal do Bitcoin. 

O Mercado Bitcoin também era uma das corretoras brasileiras que ofereciam investimento na Luna através da versão “wrapped”, a wLUNA. Contudo, a quebra do ecossistema Terra foi um sinal vermelho para a empresa, que decidiu não dar suporte à Luna 2.0. 

Alerta de Buterin 

Em comunicado divulgado na quinta-feira (26), o cofundador da Ethereum, Vitalik Buterin, fez uma crítica ao modelo da blockchain Terra, que oferecia altos retornos para depósitos de UST no protocolo de empréstimos Anchor. “Não há investimento genuíno que possa chegar perto de 20% de retorno ao ano”, alertou Buterin. 

Enquanto isso, outras stablecoins surgem no mercado. Na quinta-feira (26), a Tether anunciou o lançamento da MXNT, um novo token atrelado ao peso mexicano. 

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“Vimos um aumento no uso de criptomoedas na América Latina no último ano e ficou evidente que precisamos expandir nossas ofertas”, afirmou Paolo Ardoino, diretor de tecnologia da Tether. 

Stablecoins têm um forte apelo em países com alta inflação ou desvalorização cambial como Argentina, Irã e Nigéria. Mas a perda de paridade com o dólar da UST e seu consequente colapso deixaram muitos pequenos investidores nesses mercados com as economias zeradas, mostra reportagem da Rest of World.  

Esse foi o caso de Valeria, de 47 anos, que ganha cerca de US$ 300 (R$ 1.400) por mês vendendo comida preparada em Buenos Aires. Ela investiu mais de US$ 1.000 – toda sua poupança – na UST, mas perdeu tudo. 

Outros destaques 

O mercado brasileiro ganhou um novo fundo de índice (ETF) de Bitcoin, listado na B3 pelo ETC Group, uma das maiores empresas de criptoativos da Europa, de acordo com o InfoMoney. Com o ticker BTCE11, o novo ETF vai replicar o fundo de índice “BTCetc Bitcoin Exchange Traded Crypto” do ETC Group listado em bolsas da Inglaterra, Alemanha, França, Países Baixos e Suíça. 

O JPMorgan Chase agora usa blockchain para liquidações de garantias. A primeira transação desse tipo realizada pelo banco ocorreu em 20 de maio, com ativos da gestora de recursos BlackRock, segundo a Bloomberg. A liquidação de garantias baseada em blockchain pode ser usada para transações com derivativos, por exemplo. Nos próximos meses, o banco planeja expandir as garantias tokenizadas e incluir ações, renda fixa e outros tipos de ativos, disse Ben Challice, responsável global de serviços de negociação do JPMorgan. 

A exchange de criptomoedas chinesa Huobi adquiriu a plataforma Bitex para expandir sua presença na América Latina, segundo comunicado da empresa na quinta-feira. Fundada em 2014, a Bitex atua na Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai e, em breve, no Peru. A exchange também mira outros países latino-americanos, mas a lista por enquanto exclui o Brasil, disse o CEO da Bitex, Francisco Buero, ao CoinDesk.

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Em comunicado ao portal, a exchange Bitso confirmou a demissão de 80 pessoas na quinta-feira, mencionando a necessidade de reavaliar as habilidades necessárias em sua força de trabalho, que somava 700 funcionários antes dos cortes. A Bitso ainda conta com 60 vagas abertas no site da empresa. 

Regulação, Cibersegurança e CBDCs 

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o TCU (Tribunal de Contas da União) marcaram para as 15h da próxima segunda-feira (30) a cerimônia de lançamento da Rede Blockchain Brasil. Trata-se de um projeto sem fins lucrativos para conectar instituições em uma infraestrutura que busca facilitar a adoção desse tipo de rede em todo o país. 

Nos Estados Unidos, a vice-presidente do Federal Reserve, Lael Brainard, disse em audiência na Câmara dos Deputados que o desenvolvimento de um dólar digital ainda pode levar cinco anos. “Leva muito tempo”, afirmou Brainard, que também vê a possibilidade de coexistência de stablecoins com a moeda digital do banco central. 

Na análise do CEO do Mercado Bitcoin, Reinaldo Rabelo, “um elemento positivo de BCs terem suas moedas digitais é a programabilidade”, explicou em artigo do Valor. Segundo o executivo, “uma criptomoeda ou criptoativo representando a moeda oficial pode trazer elementos de programação que uma moeda eletrônica hoje não tem”. 

Verena Ross, presidente da Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados, afirmou em entrevista à Bloomberg que espera “com grande impaciência” o plano da União Europeia para a regulamentação dos criptoativos. 

No Brasil, a regulação do setor de criptomoedas também é defendida com urgência como destacado em carta aberta a deputados federais enviada pela Coalizão Empresarial da Criptoeconomia, que inclui as entidades ABCripto, Abfintechs, Brasscom e Zetta. Em entrevista ao site Bússola, Rabelo, do Mercado Bitcoin, disse que a nova legislação será “extremamente estratégica”, estimulando o mercado ao mesmo tempo em que oferece proteção ao consumidor e previne a lavagem de dinheiro. 

Nova ferramenta da MetaMask vai ajudar usuários a recuperarem criptomoedas roubadas. Em parceria com a empresa de investigação Asset Reality, a carteira de criptomoedas permitirá que usuários informem como os fundos foram perdidos em ataques de hackers. Por sua vez, a Asset Reality irá contatá-los e, em alguns casos, ajudá-los a tomar medidas para recuperar os fundos. 

Metaverso, Games e NFTs 

O CEO da Vivo, Christian Gebara, é um entusiasta do metaverso. Ao Valor, Gebara disse que a conectividade avança porque os brasileiros querem o digital, e não por causa do governo. O executivo faz parte de um grupo que vai ao G20 discutir políticas para o setor. 

O metaverso também avança no mercado imobiliário. A plataforma de moradia por assinatura Housi convidou potenciais compradores para uma experiência no mundo virtual. Como resultado, cliente e corretora se conheceram e fecharam negócio no Decentraland, segundo a Veja. 

A ZEBEDEE, startup de jogos focada em Bitcoin e que tem entre os fundadores o brasileiro André Neves, fechou uma parceria com a empresa de infraestrutura de pagamentos cripto MoonPay. O objetivo é simplificar o processo de criar jogos desenvolvidos em torno da Lightning Network do Bitcoin. 

Um grupo de ex-executivos da Binance criou um fundo de venture capital de US$ 100 milhões com foco no metaverso e para estimular o uso de criptomoedas em mercados emergentes, conforme o CoinDesk. A Old Fashion Research (OFR) foi lançada por Ling Zhang, antes vice-presidente de fusões e aquisições da Binance, e Wayne Fu, ex-chefe de desenvolvimento corporativo. 

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