O influencer de criptomoedas Augusto Backes anunciou na quinta-feira (12) via Twitter que comprou tokens de Terra (LUNA) pela primeira vez desde fevereiro, em uma aposta de que o ativo possa um dia valorizar, mesmo após o derretimento da criptomoeda ao longo da semana. Anteriormente, ele já tinha classificado LUNA como Ponzi – referência ao sistema de criação de uma pirâmide financeira.
O YouTuber afirma ter investido US$ 100 e diz estar ciente que é “dinheiro no fogo”. Levando-se em conta o horário do tuíte, Backes comprou o token quando a unidade estava valendo US$ 0,00073. Com esse preço, seus cem dólares adquiriram 136 mil tokens de LUNA.
No entanto, Backes já viu seu dinheiro evaporar de quinta para sexta-feira (13). O preço do token teve outra queda de 99% e é cotado agora com um zero a mais: 0,00004. Assim, os US$ 100 do YouTuber já valem menos do que US$ 1.
O Portal do Bitcoin procurou Backes para ouvir seus comentários sobre o tema, mas ainda não teve retorno do influencer.
Backes é um dos influencers que haviam defendido o investimento na criptomoeda antes da turbulência registrado esta semana. O YouTuber havia dito em entrevista ao podcast Irmãos Dias, no dia 23 de março, que via Terra (LUNA) como um dos projetos mais promissores do mundo cripto fora o Bitcoin.
Quando o ecossistema Terra entrou em colapso, o influencer foi ao Twitter dizer que em uma live fechada em abril tjá teria chegado à conclusão que o projeto poderia colapsar.
Mas depois disso Backes foi suavizando o tom contra LUNA. Três minutos após anunciar que iria comprar os US$ 100 em uma aposta, disse que foi muito duro contra o projeto e que cometeu uma “injustiça” ao chamar ecossistema de Ponzi anteriormente.
“O projeto era legítimo, mas infelizmente o mecanismo de estabilização da moeda se provou ineficiente”, disse.
“LUNA será top 2 do mundo”
A visão de Backes sobre LUNA parece estar um pouco confusa. No final de março, no podcast Irmãos Dias, ele disse que a criptomoeda era um dos projetos mais promissores do mundo cripto.
Já no dia 11 de maio, tuitou que um mês antes tinha falado da possibilidade do projeto colapsar (ou seja, por volta de 11 de abril).
Mas um trecho de uma live que Backes gravou no dia 18 de abril no podcast “Os Economistas” embaralhou as coisas: ele afirmou na ocasião acreditar que Terra (LUNA) seria “top 2 ou top 3 do mundo”.
A fala de Backes sobre LUNA começa após uma hora e 29 minutos do início do vídeo:
Espiral da morte de LUNA
A espiral da morte, como é chamado o percurso que um ativo percorre para morrer de forma rápida e implacável, começou quando a stablecoin UST perdeu a paridade com o dólar.
Por trás de tudo estava o sistema que regia o ecossistema Terra. Toda vez que UST era comprado, uma quantidade do token LUNA era queimado. Isso fazia a criptomoeda subir de preço.
Assim, a Terraform Labs, que tinha uma enorme quantidade de LUNA, ficava cada vez mais rica.
Com esse dinheiro a entidade fazia aportes no protocolo Anchor, um outro ponto crucial do ecossistema.
Como o analista Caio Garé mostrou em vídeo publicado um mês antes do colapso, grande parte do volume de UST estava alocado no protocolo Anchor, que pagava juros de 19% ao ano para quem mantivesse seus recursos na plataforma – esse dinheiro seria então emprestado, daí a recompensa.
Dos quase US$ 16 bilhões que o projeto Terra mantinha em sua stablecoin UST naquele momento, mais de US$ 11 bilhões estavam dentro do Anchor.
O problema é que a plataforma de empréstimos tinha apenas US$ 2 bilhões tomados em empréstimo. Os rentistas eram pagos em grande parte com aportes feitos pela Terraform Labs.
Quando o UST perdeu a paridade com o dólar, parou de ser comprado e o tokens de LUNA começaram a inflacionar – ou seja, perder valor.