A divisão da Polícia Federal (PF) que combate crimes na internet deflagrou uma operação nesta quarta-feira (21) que prendeu um grupo de hackers que usava Bitcoin para lavar dinheiro. De acordo com o G1, a ação foi executada nos estados de Tocantins, Pernambuco, São Paulo e Goiás. Seis pessoas foram presas e duas seguem foragidas.
Segundo investigações da PF, o grupo movimentou cerca de R$ 10 milhões nos últimos nove meses. Parte do valor era lavado em empresas de fachada e em criptomoedas.
Eles invadiam as contas bancárias no instante em que as pessoas estavam conectadas com seus bancos realizando consultas ou transações. De acordo com as investigações a quadrilha realizava diversas transações, como pagamentos, compras e transferências, burlando o sistema de segurança das instituições.
Com esse plano, os criminosos conseguiam acessar as contas de diversas agências e roubavam o dinheiro dos clientes conectados no computador e também no telefone celular.
William Marciel Silva, suspeito de comandar o grupo, foi preso na cidade de Palmas (TO). A polícia tinha informações de que ele também possui conexão com criminosos europeus. A defesa de Silva disse que não ia se pronunciar até tomar conhecimentos dos fatos.
A polícia cumprirá ainda hoje todos os mandados que foram emitidos pelo juiz federal João Paulo Abe, da 4ª Vara Federal de Palmas. São 40 mandados, sendo 7 de prisões preventivas, 1 mandado de prisão temporária, 11 de intimações e 24 mandados de busca e apreensão.
Troca de dinheiro roubado por Bitcoin
De acordo com o levantamento do setor de inteligência da Polícia Federal, os acusados têm um padrão de vida considerado alto. Eles trocaram grande parte do dinheiro roubado por bitcoins. A escolha foi estratégica porque a rede da moeda digital é semi-anônima e é difícil encontrar quem pagou e quem recebeu.
O bloqueio de bens, contas bancárias e também de contas em exchanges dos investigados já foi autorizado pela Justiça. Pessoas ligadas aos criminosos também serão ouvidas, como empresários que tiveram vantagens com pagamentos de suas dívidas realizadas pela quadrilha.
Criptomoedas na Lava Jato
Na semana passada, a operação Lava Jato flagrou o uso de criptomoedas no desvio de dinheiro público no Rio de Janeiro durante a operação Pão Nosso.
Realizada em conjunto pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, foram expedidos 14 mandados de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 28 de busca e apreensão.
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