O segundo maior pool de mineração de Ethereum (ETH) do mundo, o Spark Pool, anunciou nesta segunda-feira (27) que vai interromper todos os seus serviços a partir de 30 de setembro.
O anúncio vem poucos dias depois do pool desistir de atender os mineradores chineses como resposta a nova onda de repressão do país asiático contra o setor de criptomoedas. Na última sexta (24), a China divulgou novos planos de combate à mineração e declarou ilegal qualquer atividade relacionada a trade de bitcoin e outras criptomoedas.
Na ocasião, o Spark Pool justificou o fim de suas atividades na região chinesa a um “esforço de estar em total conformidade com as mais recentes políticas regulatórias da indústria”.
No entanto, a decisão desta segunda sinalizou que o pool não conseguiria sobreviver apenas com os mineradores que estão fora da China, levando a empresa a encerrar todas as suas atividades.
Um aviso do site oficial do Spark Pool informa que “um desligamento completo de todos os serviços e operações para os usuários existentes, em casa (China) ou no exterior, foi planejado para 30 de setembro de 2021 sob a premissa de garantir a segurança dos ativos de nossos usuários”.
A empresa pede que os mineradores que fazem parte do pool se programem para o desligamento definitivo das operações. A equipe da Spark Pool finalizou agradecendo aos mineradores pela compreensão. “Somos extremamente gratos a todos os nossos usuários por seu apoio de longo prazo ao Spark Pool”, diz a nota.
Problemas para o Ethereum?
Com mais de cinco anos de operação no mercado, o Spark Pool era até então um dos pools de Ethereum mais importantes, responsável por processar 20% de todos os blocos da rede, segundo o Etherscan.
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A porcentagem é um pouco menor do que o Ethermine, o pool que está em primeiro lugar, minerando mais de 21% de todos os blocos da rede Ethereum nos últimos sete dias.
Pelo fato do Spark Pool estar baseado em Zhejiang, uma província no leste da China, a empresa deve ser impactada diretamente pela nova onda de repressão do país aos participantes do mercado cripto.
Na semana passada, o órgão de planejamento estatal da China, o NDRC, publicou um aviso que intensifica o combate à mineração na região iniciado em maio.
A nova ordem obrigou que fornecedores de eletricidade parassem de atender mineradores por meio de linhas diretas. Além disso, sugeriu que o custo da energia cobrada de cidadãos que mineram criptomoedas aumente para US$ 0,05 por quilowatt-hora.
O NDRC aconselhou que autoridades locais aumentassem a busca por fazendas ilegais de mineração e reprimissem as atividades em seus territórios como forma de eliminar gradualmente a indústria.
A medida já está surtindo efeito no país asiático. Na Mongólia Interior, autoridades locais apreenderam mais de 10 mil máquinas de mineração em uma única operação. Segundo a mídia local, a fazenda de estava localizada em um parque tecnológico operado pelo próprio governo.