Worldcoin: criptomoeda que “escaneia olhos” bate recorde na Argentina, mas preço cai quase 50% no mês

Em média, a cada 9 segundos um argentino teve os olhos escaneados em troca de tokens WLD
Pessoa olha para scanner da Worldcoin

(Foto: Divulgação/Worldcoin)

O polêmico projeto Worldcoin, que escaneia a íris dos olhos dos investidores para criar uma identificação digital única e distribuir criptomoedas, bateu recorde de escaneamento diários na Argentina. No total foram 9,5 mil argentinos verificando sua identidade em um único dia, o que representa uma verificação a cada 9 segundos no país, como informou a empresa no seu blog.

“A demanda também fez com que o World App, a primeira carteira criada para o projeto Worldcoin, se tornasse temporariamente o aplicativo número um da Argentina na App Store”, acrescentou.

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Neste processo de verificação que usa o conceito de ‘prova de humanidade’, um usuário deve ter seus olhos escaneados em um Orb, uma semi-esfera metálica de cerca de 2 quilos que faz o registro da íris. No final do processo, o usuário recebe tokens WLD como recompensa.

Apesar da notícia mostrar que o interesse pelo projeto criado por Sam Altman, executivo que também está por trás da inteligência artificial ChatGPT, aumenta ao redor do mundo, dados do CoinMarketCap sinalizam que o preço do Worldcoin (WLD) não reage da forma esperada. 

Nas últimas 24 horas, a criptomoeda caiu cerca de 5,6%, negociada nesta quinta-feira (31) a US$ 1,20. Nos últimos 30 dias, a queda da WLD é ainda mais grave, ao registrar uma desvalorização de 47%. Como resultado disso, a atual cotação da moeda abre uma distância de 66% do seu recorde de preço de US$ 3,58 alcançado no seu lançamento no final de julho.

Gráfico de preço da WLD (Fonte: CoinMarketCap)
Gráfico de preço da WLD (Fonte: CoinMarketCap)

Pressão dos reguladores

Um dos principais empecilhos para o avanço mundial do Worldcoin tem sido a pressão dos reguladores de diferentes países, até mesmo na Argentina, onde o projeto ganha tração.

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No início de agosto, o Worldcoin passou a ser investigada na Argentina. A Agência de Acesso à Informação Pública do país afirmou que iria “analisar minuciosamente” os processos e práticas usadas em relação à coleta, armazenamento e uso de dados pessoais pelo projeto de criptomoedas.

No Brasil, o projeto também sofreu reveses e fechou os três pontos que mantinha em São Paulo para fazer escaneamento de íris de brasileiros. 

O órgão regulador de privacidade da França, CNIL, também informou no final de julho que já tinha conhecimento sobre a existência do projeto Worldcoin e afirmou que começou a investigar as operações do grupo e suas possíveis violações de privacidade.