Paisagem de fantasia do mar com uma enorme baleia no oceano entre ondas altas e naufrágios. Um antigo monstro subaquático com dentes afiados e boca aberta ataca navios vikings durante uma forte tempestade
Foto: Shutterstock

Por apreender fundos ilícitos de criminosos ao longo dos anos, o governo dos Estados Unidos acabou se tornando, sem querer, uma das maiores baleias de bitcoin do setor.

Sob controle das autoridades norte-americanas estão atualmente a 5ª, a 8ª e a 13ª carteira com a maior quantia de bitcoin armazenada no mundo. Essas carteiras são identificadas como pertencentes ao Departamento da Justiça dos EUA (DOJ) e ao FBI pelo explorador Blockchain.com.

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Juntos, esse trio de carteiras totaliza 213,839 BTC nas mãos do governo dos EUA, uma quantia que equivale a pouco mais de US$ 4,8 bilhões na cotação de US$ 22,9 mil que o bitcoin registra na terça-feira (24).

Ao compilar essa quantidade de bitcoin separada em três carteiras, é possível estimar que o governo americano esteja entre as três entidades que mais detém bitcoin no mundo. Dois dos endereços foram passados para a reportagem pela Blockseer, empresa de investigação de blockchain.

No Bitcoin Rich List do site BitInfoCharts, lista que ranqueia as 100 maiores carteiras de bitcoin do mundo, a Binance aparece como a detentora da maior carteira do setor, que sozinha armazena 248,597 BTC.

Somando os fundos separados nas três carteiras do governo americano, o país figuraria na segunda posição de maior detentor de bitcoin no mundo. No entanto, não é possível confirmar essa classificação já que muitos endereços seguem desconhecidos. 

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Há de se levar em consideração também que os primeiros bitcoins minerados por Satoshi Nakamoto permanecem parados em suas carteiras desde então. A estimativa é que o criador da criptomoeda tenha entre 700 mil e 1,3 milhão de BTC — a comunidade em geral considera que tenha 1 milhão de BTC para efeitos de projeções —, o que faz Satoshi o maior detentor de bitcoin no mundo.

As carteiras do governo dos EUA

A maior carteira de bitcoin do governo americano é a bc1qazcm763858nkj2dj986etajv6wquslv8uxwczt, classificada como a 5ª maior do mundo no BitInfoCharts. 

Essa carteira foi criada em fevereiro de 2022 e recebeu 94.643 BTC no 1º dia daquele mês através de sete transações de valores que variavam de 1 BTC a 44 mil BTC. Até o momento, esses fundos permanecem parados na carteira já que seu controlador não fez nenhuma retirada desde então.

No Blockchain.com, essa carteira é marcada como pertencente ao FBI, assim como a carteira bc1qa5wkgaew2dkv56kfvj49j0av5nml45x9ek9hz6, que se encontra na 8ª posição do ranking das maiores wallets do setor.

Essa carteira em questão armazena 69.370 BTC que recebeu por meio de duas transações no dia 3 de novembro de 2020, quando foi criada, e os fundos não voltaram a ser movimentados até o momento. 

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O Blockchain.com aponta o Silk Road como a origem dos fundos dessa carteira. Na realidade, o mercado da deep web criado por Ross Ulbricht é em boa parte o responsável por engordar as carteiras de criptomoedas hoje controladas pelo governo americano.

O bitcoin era a moeda principal usada no marketplace de drogas que foi fechado pelo FBI em 2013, ano em que Ulbricht foi preso e condenado à prisão perpétua.   

Na época, a polícia federal dos EUA apreendeu 173.991 mil BTC, mas ainda haviam 444 mil BTC desaparecidos do Silk Road. Em novembro de 2020, 70 mil BTC se moveram misteriosamente depois de ficarem sete anos parados. Foi nesse mesmo mês que a carteira apontada anteriormente foi abastecida, o que sugere que os fundos permanecem sob controle dos EUA.

Vale lembrar que embora o governo americano ainda tenha bitcoin parado em carteira, eles já realizaram diversas vendas de ativos apreendidos em operações policiais. Em 2014, por exemplo, o empresário Tim Draper adquiriu 30 mil BTC confiscados do Silk Road por um preço não revelado. Outros leilões desse estilo continuaram acontecendo desde então.

Ainda no âmbito do Silk Road, outra operação que rendeu muito bitcoin para os EUA foi contra James Zhong, também conhecido como “Loaded”, um bitcoiner que era bastante ativo no fórum BitcoinTalk entre 2012 e 2017.

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Em novembro passado, o Departamento de Justiça dos EUA tornou pública a maior apreensão de bitcoin já feita pela entidade: 50.676 BTC roubados do Silk Road por Zhong.

São esses os fundos que abastecem a 13ª maior carteira de bitcoin do mundo, bc1qmxjefnuy06v345v6vhwpwt05dztztmx4g3y7wp, em posse também do governo americano.

Zhong havia obtido essa enorme quantia de bitcoin — equivalente a US$ 3,3 bilhões quando a apreensão foi realizada —, explorando uma brecha no sistema de saques do Silk Road em setembro de 2012.

Seu segredo se manteve protegido por quase uma década, até que em novembro de 2021, ele teve as criptomoedas confiscadas pelas autoridades americanas durante uma revista em sua casa em Georgia (EUA).

O bitcoin foi encontrado em dispositivos que ele escondia em um cofre subterrâneo e em um computador de placa única que, segundo as autoridades, estava escondido sob cobertores em uma lata de pipoca guardada dentro de um armário de banheiro.

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