Visa pode adicionar criptomoedas à sua rede de pagamentos, afirma CEO da empresa

Embora a gigante de pagamentos já tenha parceria com empresas do setor, a adesão colocaria o Bitcoin em pé de igualdade com as 160 moedas fiduciárias da rede da Visa
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A gigante dos serviços financeiros globais Visa já trabalha com criptomoedas por meio de parcerias com wallets e plataformas – as empresas de ativos digitais BlockFi, Fold e Crypto.com, por exemplo, já emitem produtos com a marca da empresa. No entanto, o CEO da companhia, Alfred Kelly, agora sugere que as criptomoedas podem ser executadas diretamente na rede da Visa no futuro.

Na quinta-feira (28), em uma teleconferência em que apresentou os resultados fiscais do 1º trimestre de 2021, Kelly tirou alguns minutos de sua declaração introdutória para falar especificamente sobre criptomoedas e oportunidades no setor. Ele citou o fato de a Visa ser a maior marca de serviços financeiros do segmento por causa de sua parceria com 35 plataformas e carteiras.

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“Nesse espaço, vemos formas de agregar valor diferenciado ao ecossistema”, disse Kelly. “E acreditamos que estamos posicionados de forma única para ajudar a tornar as criptomoedas mais seguras, úteis e aplicáveis para pagamentos por meio de nossa presença global, nossa abordagem de parceria e nossa marca confiável.”

Kelly vê a indústria dividida entre dois tipos de moedas: no primeiro grupo estão o Bitcoin e outras variantes de “ouro digital”, que são “predominantemente mantidos como ativos”, e no segundo estão as stablecoins e as moedas lastreadas em dinheiro fiduciário, como Moedas Digitais do Banco Central (CBDC). Para o primeiro grupo, a Visa acredita que a melhor estratégia é continuar com as parcerias e fornecer aos usuários uma maneira de sacar seus ativos conforme desejado, usando suas credenciais Visa em cerca de 70 milhões de comércios em todo o mundo.

Quanto ao último, “trata-se de uma inovação emergente em pagamentos que poderia ter potencial para ser usada no comércio global, como qualquer outra moeda fiduciária”, disse Kelly. “Pensamos nas moedas digitais em execução em blockchains públicas como redes adicionais, como as redes RTP ou ACH. Portanto, as vemos como parte de nossa estratégia de redes”.

“Nem é preciso dizer que, na medida em que uma moeda digital específica se torna um meio de troca reconhecido, não há razão para não podermos adicioná-la à nossa rede, que suporta hoje mais de 160 moedas (fiduciárias)”, acrescentou.

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É uma versão mais clara de uma declaração feita por Kelly em novembro, quando sugeriu que a Visa “poderia ver moedas digitais rodando na rede Visa de maneira mais regular”, embora “daqui a alguns anos”.

A Visa afirmou anteriormente que não quer ter criptomoedas favoritas, mas sim apoiar moedas e provedores de maneira mais ampla. Será interessante ver se essa abordagem muda na medida que a adoção de stablecoin e CBDC aumenta nos próximos meses e anos.

*Traduzido e editado com autorização da Decrypt.co