A inflação na Argentina fez com que o peso cunhado em metal — a moeda propriamente dita — tenha mais valor no mercado de metais do que no comércio em si. Pelo menos é o que comprovou um argentino que vendeu suas moedas a quilo para uma empresa do ramo e obteve mais que o dobro do valor oficial da moeda. Conforme mostra um vídeo que circula em várias redes socais, três sacolas com 17,5 kg de pesos (cerca de $ 4.000) lhe renderam $ 8.750.
“Tínhamos US$ 4000 em moedas, são 17,5 quilos, eles pagam US$ 500 por quilo, são $ 8750 . Conseguimos quase 120% de desempenho em pouco tempo”, disse o homem, ao mesmo tempo em que mostrava o comprovante da negociação. O vídeo, postado à princípio no TikTok, viralizou para outras redes sociais, o que chamou atenção de um dos maiores jornais argentinos, o La Nación, que destacou a fala do homem no título de sua reportagem: “Isso é o que vale o peso argentino”.
O jornal, então, consultou o Banco Central da Argentina (BCRA) e perguntou se o homem poderia ser processado por trocar as moedas daquela forma, se baseando na argentina contra a fé pública, que prevê reclusão ou prisão de um a cinco anos para quem restringir ou alterar moeda com curso legal e quem introduzir, gastar ou colocar em circulação moeda cortada ou alterada.
Como resposta, o jornal recebeu uma nota que esclareceu que as ações da pessoa não implicam em nenhum crime e que não estão estudando para fazer qualquer, pois quem corta ou altera a moeda, tirando-lhe a capacidade de circular, ou quem a destrói, não se trata de um criminoso, mas que é crime se a alteração fosse feita para que a moeda parecesse ter um valor maior do que realmente tem.
A entidade acrescentou: “A destruição ou derretimento do dinheiro público não é crime. O portador de notas que as cortar ou inutilizar apenas prejudica a si mesmo”.