Durante sua vida, David Bowie — considerado um dos músicos mais influentes do século XX — produziu um catálogo prodigioso de 27 álbuns de estúdio, 11 álbuns ao vivo, quatro trilhas sonoras e 128 singles. Mas parece que o cantor e compositor, falecido em 2016, ainda tem uma última música para cantar.
Nesta semana a Gala Music, uma ramificação da startup Web3 Gala Games, anunciou uma parceria com o produtor musical, Larry Dvoskin, e a editora Warner-Chappell Music para lançar uma versão nunca antes ouvida da música de sucesso de Bowie, “Let’s Dance”, de 1983, através de uma série limitada de NFTs.
No dia 14 de abril, 40 anos após a estreia de da faixa, a Gala Music lançará 3.003 NFTs, cada um com uma obra de arte inspirada em Bowie, que desbloqueará o acesso do titular à versão inédita de “Let’s Dance” que Dvoskin produziu com Bowie em 2002.
Os NFTs serão vendidos em um modelo “pague-quanto-quiser”; todos os rendimentos iniciais da venda beneficiarão a MusiCares, uma instituição de caridade que presta serviços humanos e de saúde à comunidade musical.
Dvoskin descreveu a faixa em um comunicado como uma versão “mais onírica e eletrônica” da famosa música, que continua sendo uma das faixas mais populares de Bowie já lançadas. E faz tempo que o produtor musical e compositor quer que essa nova versão da música veja a luz do dia.
Com o aniversário de 40 anos do lançamento de “Let’s Dance” se aproximando, Dvoskin recorreu ao detentor do espólio de Bowie para tentar convencê-lo a lançar a música via NFTs.
“Quando conversei pela primeira vez com o executor do espólio de Bowie, ele me disse que inicialmente planejava ouvir meu discurso sobre lançar isso como um NFT e depois recusar educadamente”, disse Dvoskin em um comunicado.
“Mas quando eu mostrei o e-mail original de 2002 em que Bowie expressava seu entusiasmo por estar gravando essa versão, isso o fez mudar de ideia. Este foi um esforço criativo que David nunca conseguiu ver lançado durante sua vida. Estamos honrando seu desejo ao divulgá-lo agora.”
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O lançamento da próxima semana não marcará, no entanto, a primeira incursão de Bowie na blockchain.
NFTs de David Bowie
Em setembro, os detentores do espólio de Bowie lançaram uma série de NFTs em parceria com o marketplace OpenSea intitulada “Bowie on the Blockchain.” Essa coleção, que também foi vendida para angariar fundos para caridade, recebeu uma reação negativa significativa de fãs do Bowie que ridicularizaram o experimento blockchain como inconsistente com o ethos e valores do falecido artista.
Todo o catálogo musical de Bowie é atualmente propriedade da Warner-Chappell Music, uma subsidiária da Warner Music Group, que comprou a coleção no início do ano passado por mais de US$ 250 milhões. Em novembro de 2022, o selo musical anunciou um acordo com a incubadora de entretenimento Web3, Defient, para “desbloquear o poder da Web3 para compositores.”
O acordo de Dvoskin com a gravadora é descrito como o “primeiro acordo NFT completamente nativo” da Warner-Chappell Music para uma música que nunca havia sido lançada em formatos físicos ou digitais.
Na semana passada, em meio a uma demissão em larga escala, o Warner Music Group disse que planejava poupar funcionários envolvidos em sua crescente lista de iniciativas Web3 e AI, citando “novas iniciativas de tecnologia como centrais para o futuro da empresa.”
A Gala Games é mais conhecida por seu movimento na criação de jogos Web3, mas também participou de iniciativas na música e no cinema, explorando outros casos de uso de entretenimento para NFTs e tokens.
A startup enfrentou um certo escrutínio no início de 2023, quando tweetou sobre os próximos projetos de filmes com os atores Dwayne “The Rock” Johnson e Mark Wahlberg — um anúncio que parece ter impulsionado seu token nativo GALA em cerca de 115% — apenas para excluir o tweet e chamá-lo de “um pouco fanático.”
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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