Um vereador de João Pessoa (PB) decidiu se pronunciar nesta terça-feira (7) sobre os atrasos nos pagamentos que a Braiscompany deve aos clientes espalhados por todo Brasil, especialmente na Paraíba, estado onde está baseada.
Trata-se de Odon Bezerra (PSB), vereador da capital paraibana que também atua como professor de Direito do Consumidor e tem uma passagem de 16 anos na liderança do Procon no estado.
Em entrevista à rádio Arapuan FM desta terça, Bezerra disse que levaria até a casa legislativa municipal o debate sobre a Braiscompany como forma de ajudar os investidores prejudicados.
Procurado pelo Portal do Bitcoin, o vereador confirmou que na quinta-feira vai debater junto com seus colegas na Câmara Municipal sobre a atual situação da empresa e alertar, por meio de um pronunciamento oficial, os investidores sobre o risco de se investir no grupo.
“Diante desse quadro que venho acompanhando desde o começo, eu fiquei sensibilizado com a situação de algumas pessoas que passaram a vida inteira economizando, viram uma oportunidade, e agora se encontram num verdadeiro calvário nos últimos dois meses com essa situação da Braiscompany”, explicou Bezerra.
Ele contou à reportagem que conhece de perto algumas pessoas que estão levando calote da Braiscompany e por isso está inteirado com o que está acontecendo na empresa.
“Essas pessoas acreditaram piamente que aquilo que estavam investindo era seguro. Agora, existe esse temor social bastante grande. Na qualidade de advogado e de uma pessoa que estuda o direito do consumidor há certo tempo, eu me preocupei. Então vou fazer um pronunciamento na Câmara alertando as pessoas dos riscos que elas tomam ao serem atraídas por uma proposta [de lucro] bastante significativa, mas que cujo risco é igualmente significativo”, complementou.
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Investigação do Ministério Público
O vereador Odon Bezerra disse ser como positivo a reabertura da investigação sobre as operações da Braiscompany por parte do Ministério Público da Paraíba (MPPB).
Em decorrência do aumento de denúncias de clientes lesados, o órgão voltou a mirar na empresa controlada pelo casal Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos, conforme a assessoria do MPPB confirmou ao Portal do Bitcoin na segunda-feira (6).
“O procedimento foi instaurado no último dia 26 de janeiro, tendo o representante do Ministério Público da Paraíba (MPPB) tomado as providências extrajudiciais com vistas à conciliação, inclusive, com a designação de audiência na última quinta-feira (2/2), à qual a Braiscompany não compareceu”, disse o órgão.
Segundo nota do MP, à frente das investigações está o promotor de Justiça de Campina Grande e diretor-regional do MP-Procon, Sócrates da Costa Agra, que “está apurando denúncias de alguns investidores que não estariam recebendo as remunerações acordadas em contratos com a empresa Braiscompany”.
Vale lembrar que essa é a segunda vez que o órgão público abre uma investigação contra a Brais. O primeiro processo foi aberto em 2020 após a denuncia de um investidor que viu indícios de pirâmide financeira nas operações da empresa paraibana. A investigação por parte do MP, no entanto, não avançou e o caso foi arquivado em setembro de 2022, poucos meses antes da Braiscompany começar a atrasar os pagamentos dos clientes.
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