O governo da Venezuela anunciou a criação de um pool nacional de mineração de bitcoin e criptomoedas e regularizou as normas para a atividade no país. Segundo a Superintendência Nacional de Criptoativos e Atividades Relacionadas (Sunacrip), o objetivo é estimular a criação de fazendas de mineração.
De acordo com a normativa publicada no diário oficial da união local publicado na semana passada, o governo também regulamenta as atividades relativas à utilização, importação, e comercialização de equipamentos de mineração, até mesmo para pequenas peças de reparo.
Além disso, regulamenta o condicionamento de espaços para prestação de serviço de hospedagem de equipamentos, compreendendo a fabricação, montagem, reparo e melhorias, além de fornecer o serviço de mineração digital na nuvem.
Segundo a Sunacrip, o objetivo é planejar, coordenar, promover e executar as atividades de mineração e processos associados, outorgando licenças e certificados de importação, exportação, desenvolvimento, bem como o uso dessas atividades no território nacional.
Conforme explicou o órgão, a fim de promover a criação dos centros de mineração, o minerador de criptomoedas terá suporte técnico e profissional em seus projetos desde o início, inclusive na montagem dos equipamentos.
De acordo com o documento, ficam sujeitas à aplicação das novas regras aqueles que sozinhos ou em equipe pública ou privada domiciliadas em território nacional desenvolvam atividades inerentes à mineração de criptomoedas.
‘Descriminalização’ da mineração de Bitcoin
“Nunca imaginei que eu um dia eu voltaria para onde minha jornada com bitcoin começou”, escreveu no Twitter o usuário Nico. Segundo ele, os os custos de energia são bons demais para serem ignorados.
Ao Portal do Bitcoin, ele disse que a nova política sugere a descriminalização da atividade de mineração. Segundo ele, foi por conta da criminalização do setor que ele deixou a Venezuela em 2017.
“Estarei expandindo minhas operações de mineração de volta à Venezuela. Desejem-me boa sorte”, disse.
De acordo com Nico, a situação política se acalmou o suficiente para sua tomada de decisão. No entanto, ele sabe que corre risco de ter seus equipamentos apreendidos pelas autoridades.
Remessas em criptomoedas
No início do mês, a Sunacrip publicou um ofício de atualização de sua resolução que regulamenta o envio de remessas. Nele, o órgão disserta sobre o aumento na quantidade de criptomoedas que podem ser enviadas como remessas por meio da ‘Pátria’, plataforma do governo da Venezuela.
Segundo o órgão, as remessas em Petro (criptomoeda nacional) passará de 10 PTR para PTR 14 — com autorização excepcional, de até 50 petros. O órgão também liberou a criação de carteiras de Bitcoin (BTC) e Litecoin (LTC).
Venezuela sem internet
A Venezuela tem agora seu primeiro node de bitcoin em satélite capaz de processar transações sem conexão com a Internet.
O “node espacial” venezuelano foi instalado no país por Anibal Garrido e a equipe da Anibal Cripto. A tecnologia usada é a da Blockstream, pioneira no tipo de solução com satélites.
A ideia, contudo, veio da Cryptobuyer, uma startup latino-americana focada em oferecer soluções de pagamento baseadas em criptomoeda.
De acordo com o CEO Jorge Farias, a equipe começou pela Venezuela por causa dos problemas óbvios de conectividade.