Uso de stablecoins cresce na Argentina à medida que a inflação dispara

A Argentina ainda sofre com a hiperinflação e, como resultado, os cidadãos do país buscam cada vez mais stablecoins
Bandeira da Argentina com moeda de Bitoin do lado

Shutterstock

A adoção de criptomoedas está crescendo na Argentina, principalmente pela correlação entre o uso de stablecoins e a desvalorização da moeda do país, de acordo com um novo relatório da empresa de dados de blockchain Chainalysis.

A pesquisa mostrou que o uso de stablecoins na Argentina está entre os mais altos da região, com a participação do país sul-americano no volume de transações em 61,8% de todas as transações de cripto — maior do que os 59,8% do Brasil. Apenas a Colômbia ficou mais alta, com 66%.

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O motivo do uso crescente desses ativos pela Argentina, de acordo com a Chainalysis, é que as pessoas no país — que tem uma das maiores taxas de inflação do mundo — estão usando as stablecoins para obter exposição ao dólar americano. 

“O interesse [dos argentinos] em stablecoins destaca o papel das criptomoedas em mercados instáveis ​​e como os cidadãos conseguem ter melhor controle de seus futuros financeiros ao adotar criptomoedas, independentemente da política monetária oficial”, disse o relatório.

O documento acrescenta que a queda regular no valor do peso argentino levou a um aumento na negociação de stablecoins em exchanges de criptomoedas. 

Stablecoins são criptomoedas com um preço relativamente fixo que são tipicamente atreladas a uma moeda fiduciária — geralmente o dólar americano. Elas tipicamente funcionam por uma empresa privada que emite tokens digitais, em uma série de grandes blockchains, e então mantém dinheiro em reservas para apoiá-los. 

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Eles também são a espinha dorsal da criptoeconomia: o volume de negociação de 24 horas das duas maiores stablecoins — USDT e USDC — é muito maior do que o do Bitcoin, mostram os dados do CoinGecko. Isso ocorre porque os tokens digitais podem ser usados ​​para entrar e sair de negociações perfeitamente, sem ter acesso a um banco tradicional. 

A economia argentina está uma bagunça: a taxa de inflação do país nos 12 meses até agosto ficou em 236,7%, mostram dados do banco central argentino, e mais da metade da população vive na pobreza. Embora haja sinais de que a inflação esteja esfriando, o impacto do último ano ainda está abalando a economia.

No ano passado, a Argentina elegeu o economista libertário Javier Milei como presidente. O populista incendiário prometeu resolver as finanças do país e falou anteriormente sobre seu interesse no Bitcoin. 

O relatório da Chainalysis também observou que na Venezuela, outro país que sofre de hiperinflação, os cidadãos também estão usando criptomoedas para se proteger contra a crise econômica. O país recebeu — ou comprou usando uma exchange centralizada — a maior quantidade de criptomoeda de qualquer outra nação na região, disse o relatório.

*Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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