Uma disputa populacional se instaurou entre a Argentina e o Uruguai. De acordo com uma reportagem do The Economist, argentinos estão insatisfeitos com a política para impostos do novo governo peronista de Alberto Fernandes enquanto o Uruguai facilita a entrada e o estabelecimento de migrante estrangeiros em seu país.
“Eu não posso sentar e assistir meu governo drenar minha pensão ao longo dos próximos anos com impostos loucos”, diz o contador argentino Francisco, que se mudou para Punta del Este, à reportagem do The Economist.
Outro entrevistado, o empresário Arturo também afirma que já se mudou para o outro lado do Rio, “os peronistas, que reconquistaram o poder na Argentina no ano passado, começaram a “guerra de classes”
O Uruguai conta com um território relativamente amplo para apenas 3,5 milhões de habitantes frente a uma taxa de fertilidade em queda. Luis Lacalle Pou, o atual presidente do país, lançou medidas para facilitar que estrangeiros se estabeleçam no país, visando em especial os argentinos.
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Em 11 de junho, o primeiro decreto foi feito que reduz o valor da propriedade que uma pessoa deve comprar para se qualificar para residência de US$ 1,7 milhões para US$ 380.000. Empresários que antes deveriam aplicar um investimento mínimo de US$ 5,5 milhões agora passou para US$ 1,7 milhões. Os seis meses obrigatórios de residência no país para se qualificar para permanência se tornaram apenas dois.
Além disso, o Uruguai é um exemplo em todo ocidente no combate ao covid-19, enquanto a Argentina enfrenta um crescente número de mortos a cada dia. Mesmo sem uma vacina, o país registrou somente 48 mortes até o momento e cerca de 2000 casos desde o começo da pandemia.
No outro lado do Rio da Prata, o governo argentino dificulta a vida dos ricos com um imposto anual de até 2,25% sobre os ativos mundiais de cidadãos e residentes. Mais um imposto sobre fortunas de mais de US$ 3 milhões está em discussão no Congresso. Enquanto isso, Lacalle Pou garantiu 10 dias de isenção fiscal a imigrantes.
Alberto Fernández também respondeu ao êxodo que a Argentina agora enfrenta, determinando que os argentinos que se mudam para fins fiscais devem viver em suas novas residências por pelo menos seis meses do ano, podendo apenas 90 dias por ano na Argentina. No momento, cerca de 20 mil argentinos estão inscritos para atravessar o Rio neste ano em direção ao Uruguai.