TV Record faz reportagem sobre a Binarybit, supeita de aplicar golpe de pirâmide com criptomoedas

Imagem da matéria: TV Record faz reportagem sobre a Binarybit, supeita de aplicar golpe de pirâmide com criptomoedas

Rodrigo Toro é um dos fundadores da empresa (Foto: Reprodução/Youtube)

A empresa suspeita de prática de pirâmide financeira Binarybit foi tema de reportagem no último domingo na Record TV. A empresa é investigada por prometer rendimentos de 1,5% ao dia com operações de criptomoedas.

Segundo a reportagem do programa Domingo Espetacular, o prejuízo aos clientes pode passar de R$ 80 milhões e há três processos que correm em São Paulo, na Bahia e no Ministério Público Federal.

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A empresa, supostamente comandada por José Ricardo Pereira Lima, o ‘Ricardo Toro’, oferecia um rendimento de 300% em 200 dias; ou cerca de 1,5% ao dia “enquanto a poupança rendia 0,5% ao mês”, diz a reportagem.

Seduzido pela promessa de altos rendimentos, o representante comercial Junior Medeiros, de Caxias do Sul (RS), contou como acreditou na empresa. Ele investiu através do próprio cunhado o valor de R$ 10.800.

“Chegou com uma Mercedez num bairro bem humilde. Meu cunhado é uma pessoa bem humilde”, disse.

Ele contou que via operações com criptomoedas com lucro de R$ 50 mil por dia — feitas ‘ao vivo’ por Marcos Monteiro, suposto sócio da empresa. Monteiro se exibia nas redes sociais como “aposentado aos 25 anos”. 

“Eu consegui tirar ainda R$ 2.300,00. Em setembro (2019) começaram a não pagar mais”, disse a vítima.

Outra pessoa que perdeu dinheiro na Binarybit, identificada na reportagem como Nilton, revelou que não chegou a fazer sequer o primeiro saque.

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“Eu não consegui reaver nem o principal investido. Aí é que eu percebi que era uma grande golpe, uma pirâmide financeira”, disse.

Golpe duplo da Binarybit

Após a quebra da Binarybit, Toro criou outra empresa, a Fênix Global, com capital social de R$ 500 milhões. À reportagem, ele justificou:

“Não quer dizer que é dinheiro. Pode ser patrimônio, terra, fazenda”.

A Fênix entrou então em atividade e conseguiu migrar e associar cerca de 5 mil pessoas, mesmo Toro cobrando uma taxa de US$ 27. Isso lhe rendeu na ocasião mais de R$ 500 mil, diz o jornal.

Provavelmente desesperado para ter o dinheiro de volta, Nilton e Medeiros também migraram. No entanto, segundo Nilton, o saldo que estava na BinaryBit desapareceu.

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Medeiros também não viu mais a cor do dinheiro. Ele disse que Toro ainda conseguiu pagar R$ 600 para um número pífio de pessoas e depois sumiu.

Briga entre sócios da Binarybit

Uma briga entre Toro e os supostos sócios Marcos Monteiro e Israel Soares acabou indo para a internet.

“O meu sócio me entregou para uma quadrilha pra me matar, pra me sequestrar, pra me roubar”, disse Monteiro.

Ele se referia a Toro, que negou a ação, afirmando que também foi alvo de uma suposta quadrilha.

Em nota, o advogado que defende Marcos Monteiro e Israel Soares 

apontou duas pessoas como sendo responsáveis pelo controle financeiro e repasse de valores na Binarybit. Em vídeo, Monteiro disse que foi enganado e usado como laranja. 

Promessas vazias

Segundo o assessor de investimentos Ronaldo Bella, as pirâmides se baseiam em promessas, via de regra, vazias.

“Isso é pura promessa fantasiosa, enganosa, que busca se basear em cima da ignorância do brasileiro no geral de investir”, disse ele ao Domingo Espetacular.

Investigação de pirâmide

Ainda segundo a reportagem, procuradores de São Paulo, Bahia, e do Ministério Público Federal apuram o esquema em três processos, e ressaltou a interferência da CVM em agosto do ano passado — quando a empresa começou a naufragar.

Ao Domingo Espetacular, a CVM reforçou que tanto a Binarybit quanto seus sócios não  possuem registro junto à autarquia com participante do mercado de valores mobiliários.

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Na ocasião, a entidade reguladora alertou que Binarybit  estaria utilizando indevidamente os nomes da autarquia e do seu superintendente Alexandre Pinheiro dos Santos, com a finalidade de transmitir aparência de credibilidade.

Problemas da Binary Bit

No ano passado, a casa onde Toro morava em Salvador, na Bahia, chegou a ser cercada por manifestantes. Cerca de 50 pessoas foram ao local para tentar recuperar o dinheiro perdido. A polícia foi chamada e ele conseguiu sair com segurança do local.

Na época, ele chegou a gravar vídeos para explicar que os clientes iriam receber por meio de um sistema alternativo — o que se revelou mais uma grande mentira.


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