Imagem da matéria: Como tokens e redes blockchain estão mudando a cara do cinema
(Foto: Shutterstock)

O setor de criptomoedas sempre tratou de remover intermediários via descentralização.

E Hollywood possui muitos intermediários que decidem cada aspecto do ciclo de vida de um filme: Será feito? Quem irá apoiá-lo? Qual será seu orçamento? Quanto esforço será colocado em sua distribuição?

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Leo Matchett, vencedor de um Emmy na categoria técnica e CEO da Decentralized Pictures (DCP), acredita que a votação via blockchain pode ajudar a abrir as portas muito bem guardadas de Hollywood para vozes novas e mais diversas.

Ele cofundou a DCP, que é uma organização sem fins lucrativos, com o diretor Roman Coppola.

“Podemos usar a tecnologia blockchain para dar autonomia a artistas, descobrir novos artistas e fazer a curadoria de ótimos conteúdos”, explicou Matchett no episódio mais recente do podcast “gm” do Decrypt ao discutir como ferramentas e plataformas Web3 podem abrir novas portas nas finanças para a indústrias cinematográfica.

“Não estamos tentando seguir um caminho necessariamente para a indústria tradicional dos estúdios/filmes. Neste momento, estamos delineando uma trilha próximo [a esse caminho] que esperamos que chegue ao mesmo lugar. Talvez se transforme em uma estrada e uma rodovia em algum momento do futuro.”

Como funciona

A Decentralized Pictures utiliza o consenso de comunidade para votar em prêmios, bonificações financeiras, mentorias ou financiamento para filmes.

Membros da comunidade enviam ideias para que todos vejam, a votação é gratuita e votantes são recompensados em tokens FILMCredits. A votação é registrada na blockchain da DCP, que é uma bifurcação da blockchain Tezos.

A DCP já distribuiu algumas “bonificações de auxílio-locação” e, em abril, o diretor de “Onze Homens e um Segredo”, Steven Soderbergh, doou US$ 300 mil para lançar a bonificação Andrews/Bernard para conceder “fundos restantes” para cineastas.

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Diferente de uma organização autônoma descentralizada (DAO), onde o controle é dividido entre os membros, a Decentralized Pictures ainda depende de um comitê de diretores para fornecer liderança e revisar projetos sendo votados para financiamento.

E seu comitê parece um “quem é quem” da máquina de Hollywood, incluindo Roman, Gia e Sofia Coppola. Conforme dito por Matchett ao Decrypt, ele e Roman Coppola criaram uma sala para minerar bitcoin em um de seus estúdios abandonados em 2013.

Curadoria coletiva

“O que estamos tentando solucionar aqui é o que chamamos, em Hollywood, de problema ao ‘beber [direto] da mangueira’”, disse Matchett.

“Grande parte das empresas na cidade e outras empresas de produção e estúdios, não pegam materiais não solicitados. Existem muitos motivos para isso, mas um dos maiores deles são que departamentos de desenvolvimento são relativamente pequenos e o fluxo de conteúdos seria tão grande que seria quase impossível revisar tudo… Então realmente pense nisso como [a plataforma] Kickstarter ao contrário: não é um financiamento coletivo, e sim uma curadoria coletiva.”

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Matchett reconhece que ainda existe um estigma em relação a cripto e blockchain em Hollywood, mas acredita que isso esteja sumindo. “Sinto que isso está se tornando cada vez menos aparente”, explicou Matchett.

“Apresentar esse projeto em 2017 a estúdios e empresas de produção era bem mais difícil do que é agora. Olhos arregalados, queixos meio caídos, meio ‘O quê? Vocês são cineastas e a American Zoetrope [empresa dos Coppola] existe há 50 anos e vocês estão se envolvendo com essa [tecnologiazinha]? Não tem a ver com golpes e dinheiro sujo?”

Film3

À medida que a chamada “Film3” — a classe de projetos cinematográficos que utilizam blockchains e tokens não fungíveis (NFT) para ser financiada ou distribuída — cresce, pode ajudar a derrubar essas narrativas anticripto.

Matchett espera que também possa ajudar a redefinir quem escolhe qual arte você verá.

“Uma das maiores críticas que temos de alguns dos incumbentes da indústria é: ‘Ei, pessoal, adoramos o que vocês estão fazemos, mas as pessoas não sabem o que são. Precisamos dizer a elas do que gostar. Fazemos isso via propaganda. Sempre foi assim e sempre vai ser assim’”, explicou Matchett.

“Até certo ponto, estamos tentando provar o contrário — que as pessoas sabem, na maioria das vezes, do que gostam e que podem nos ajudar a decidir o que é isso.”

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*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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