A Tether, emissora da stablecoin USDT, afirmou que está sob tentativa de extorsão de cibercriminosos que pediram 500 bitcoins (cerca de US$ 25 milhões) para não divulgarem material que prejudicaria a rede bitcoin. De acordo com publicação no Twitter no domingo (28), os autores do crime deram ultimato para o pagamento até esta segunda (01). “Não vamos pagar”, afirmou a empresa.
A empresa disse que embora acredite não passar de uma triste tentativa, sua equipe têm levado o caso a sério e por isso não pensou duas vezes em relatar a ocorrência às autoridades. “Vamos apoiar sempre a aplicação das leis neste tipo de esquema de extorsão”.
Nos últimos dias, circularam pela internet documentos que mostravam uma suposta discussão entre um funcionário do Tether e representantes da Deltec, um banco nas Bahamas onde supostamente ficam as reservas em dólar do USDT.
Sobre os documentos, a Tether afirmou serem falsos. Contudo, o assunto remete à controversa história do lastro da stablecoin. No mês passado, por exemplo, apenas um artigo sobre o tema fez traders profissionais venderem seus bitcoins.
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Tether e Bitfinex banidos
Na última terça-feira (24), a Tether e a Bitfinex fizeram um acordo com a Procuradoria Geral de Nova York. As instituições pagaram uma multa de US$ 18,5 milhões e foram banidas de Nova York, além de ter agora que informar a cada três meses sobre os fundos que lastreiam a USDT.
O acordo, contudo, dividiu a opinião de especialistas do setor de criptomoedas. A advogada Tatiana Revoredo, por exemplo, disse que o acerto deixa o mercado mais transparente. Para ela, tanto a Procuradoria como as duas empresas saíram ‘ganhando’ com o acordo, que colocou um ponto final em uma disputa de quase dois anos.
Para Christian Aranha, autor do livro “Bitcoin, Blockchain e Muito Dinheiro” e colunista do MIT, o acordo não foi positivo para o mercado. Ele acredita que a Tether deveria ser caçada judicialmente e que o governo deveria cobrar auditoria contínua da empresa.