A Justiça brasileira negou nesta sexta-feira (27) um recurso contra perda de nacionalidade brasileira interposto Carlos Nataniel Wanzeler, acusado de ser um dos criadores da pirâmide financeira Telexfree, que lesou 1 milhão de credores e deixou um prejuízo de US$ 3 bilhões. A informação é do G1.
Wanzeler perdeu a nacionalidade brasileira em maio de 2019 após ter requerido a cidadania dos Estados Unidos. A medida foi determinada por portaria do Ministério da Justiça. Na época, no entanto, defesa de Wanzeler levou o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em fevereiro deste ano, por três votos a 1, o STF manteve a decisão da perda de nacionalidade. A defesa do empresário, entretanto, entrou com outro recurso. Nesta sexta-feira (27), segundo o colunista Guilherme Amado, da revista Época, os ministros da suprema corte debatem novamente o futuro do suposto golpista.
A decisão final abre caminho para que o STF determine definitivamente a extradição do empresário para os Estados Unidos. No país norte-americano, o empresário responde por lavagem de dinheiro e crime de fraude eletrônica, crime semelhante à prática de estelionato que pode gerar pena de até 20 anos de prisão. Há um mandado de prisão contra ele.
Telexfree
A Telexfree, nome fantasia da empresa Ympactus Comercial S/A, foi fundada em 2012 pelos empresários Carlos Wanzeler, Carlos Costa e James Merril, dos Estados Unidos. A empresa vendia pacotes de telefonia via internet (VoIP) e funcionava no formato de marketing multinível .
Entre 2013 e 2014, a suposta pirâmide financeira começou a ruir. A estimativa é que o esquema tenha lesado 1 milhão de pessoas em todo o mundo. O prejuízo, segundo as autoridades, é de US$ 3 bilhões.